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Menor oferta do produto no curto prazo eleva preços do açúcar

Em novembro, as vendas externas do alimento remuneraram, em média, 3,17% a mais que as internas

Menor oferta do produto no curto prazo eleva preços do açúcar

A oferta do açúcar cristal branco para entrega imediata seguiu restrita em novembro, neste período de encerramento da moagem da cana da safra 2022/23, contexto que elevou os preços do adoçante no mercado spot do estado de São Paulo.

De acordo com levantamento do Cepea, a maioria das usinas paulistas havia encerrado a produção até o final de novembro, sendo poucas as que continuariam a moer a cana em dezembro.

Com o encerramento da colheita da cana-de-açúcar na maior parte das lavouras paulistas, os balanços sobre a produção total e volumes já comprometidos com os contratos internos e externos levaram usinas a limitar as quantidades direcionadas ao spot.

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“Ainda não se sabe ao certo qual o patamar de estoques disponíveis, assim como a qualidade do açúcar a ser disponibilizada nos meses de entressafra. Assim, em novembro, o Indicador do Açúcar Cristal Branco CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 6,26%, fechando a R$ 136,29/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 131,83/saca de 50 kg, avanço de 3,81% em relação à de outubro (R$ 126,99/saca de 50 kg), mas 14,21% abaixo do de novembro/21 (R$ 153,67/saca de 50 kg), em termos nominais”, analisa o Centro.

No Nordeste, as negociações com açúcar no mercado spot apresentaram ritmo lento em novembro, mas muitos volumes foram fechados a preços mais baixos. Segundo o Cepea, algumas usinas flexibilizaram os valores de suas ofertas, devido à necessidade de “fazer caixa”. A demanda esteve retraída, e algumas unidades produtoras estiveram fora do mercado interno, priorizando as exportações.

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Em novembro/22, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 139,67/sc de 50 kg, baixas de 2,03% frente a outubro/22 e de 6,08% em relação a novembro/21, em termos nominais.

Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 141,16/sc, recuos de 2,98% na comparação mensal e de 2,65% em um ano, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 134,09/sc em novembro, retrações de 3% em relação a outubro e de 8,95% frente a novembro/21.

O relatório mostra ainda que no mercado internacional, os preços do açúcar demerara subiram com força na primeira quinzena de novembro, impulsionados sobretudo pela menor oferta do produto no curto prazo e pela confirmação de que a Índia vai exportar seis milhões de toneladas de açúcar na atual temporada mundial 2022/23, bem abaixo das 11 milhões de toneladas embarcadas pelo país no ciclo anterior (2021/22).

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Além disso, a perspectiva de que as chuvas no Brasil, na Índia e na Tailândia poderiam limitar a moagem e os embarques do adoçante reforçaram a elevação nos valores futuros naquele período.

A partir da segunda metade do mês, no entanto, o aumento nas cotações do demerara foi limitado pela desvalorização do barril de petróleo e pelo aumento expressivo da produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil neste final de temporada.

De acordo com dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), na primeira quinzena de novembro/22, a região Centro-Sul do Brasil produziu 1,665 milhão de toneladas de açúcar, forte aumento de 162,19% em relação ao mesmo período do ano passado.

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A Unica também relatou incremento no mix de produção de açúcar na primeira quinzena de novembro – 48,4% da cana-de-açúcar foi destinada à produção do adoçante, contra apenas 39,62% no mesmo período da safra passada.

Cálculos do Cepea indicaram que, em novembro/2022, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 3,17% a mais que as internas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/23 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$106,23/tonelada e custos com elevação e frete de US$55,09/tonelada.

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