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Bonsucro Global Week discute sustentabilidade no setor bioenergético

A semana de debates teve início nesta segunda-feira, dia 17 e prossegue até quinta, dia 20

Bonsucro Global Week discute sustentabilidade no setor bioenergético

Descarbonização, veículos híbridos, biofábricas, biometano, RenovaBio, entre outros, foram temas abordados na abertura da Bonsucro Global Week, nesta segunda-feira, 17, que sob o guarda-chuva da sustentabilidade, colocaram a cana-de-açúcar e seus produtos derivados no centro da discussão.

Realizado em Ribeirão Preto – SP, o evento, que prossegue até quinta-feira, dia 20, reuniu em sua abertura autoridades governamentais, lideranças do setor e pesquisadores.

Eduardo Leão de Sousa, da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) destacou que “enquanto o mundo busca um processo acelerado de descarbonização, nós já temos a nossa solução pronta, que é o etanol. Com relação a eletrificação, que é uma tendência, estamos vendo rotas tecnológicas muito interessantes com o lançamento dos híbridos e também a utilização do etanol como fonte de hidrogênio”, disse.

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Eduardo Leão de Sousa

Carolina Matos, diretora na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresentou números que apontam a pujança do setor, mas enfatizou a relevância no aspecto social e ambiental. “O agronegócio paulista representa 14% do nosso PIB. Em termos de valores de produção, a cana-de-açúcar lidera com 77% do valor de produção, mas é preciso atentar para a importância social e ambiental do setor.

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Carolina Matos

“Há alguns anos tínhamos problemas com a queima. Entendemos que apenas a multa não era suficiente, então reunimos todas as partes, e conseguimos formatar as técnicas de sustentabilidade, visando a eliminação da queima, e redução do uso da água. Com a mecanização da colheita reduzimos a emissão e também o consumo da água. Estamos caminhando para a fase de analisar as metas internacionais, para falarmos todos a mesma linguagem, respeitando sempre as nossas peculiaridades”, elucidou.

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Marcos Fava Neves

Para o professor Marcos Fava Neves, da Universidade de São Paulo, existem cinco pontos importantes pelos quais o setor deve ser analisado: primeiro a demanda recente por açúcar, combustíveis e diversas misturas, que fazem da cana um bom negócio; segundo a crise energética que dá ao setor a vantagem de produzir a energia onde ele pode ser usada; terceiro, a transformação das usinas em biofábricas; quarto, o desenvolvimento social econômico nas regiões onde as usinas estão instaladas, gerando uma verdadeira transformação e gerando empregos e por fim o etanol flex, para carregar a as baterias dos veículos elétricos.

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Alexandre Alonso Alves

Alexandre Alonso Alves, da Embrapa Agroenergia, enfatizou o papel da ciência e tecnologia no desenvolvimento do agro brasileiro.

“Num primeiro momento passamos pela fase da distribuição de áreas de plantio, depois por um aumento de produtividade, e depois veio a fase da sustentabilidade, com o desafio de continuar produzindo muito, porém de maneira adequada. E todas essas fases estão associadas à tecnologia e à inovação. Essa terceira fase, além de novas tecnologias de sustentabilidade, exigem tecnologias que nos permitam mensurar o quanto estamos sendo sustentáveis, como a política do RenovaBio, que contou com relevante participação da Embrapa”, disse ele destacando ainda o trabalho de pesquisa no desenvolvimento de novas variedade de canas.

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Danielle Machado S. Conde

Com relação ao RenovaBio, Danielle Machado S. Conde, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) disse que enquanto política pública, trouxe uma maior organização, acerca dos protocolos de certificação por parte da indústria.

“O etanol responde por 17,4% da nossa matriz de transporte. Até o momento já contabilizamos 73 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes evitáveis. Só o setor de etanol responde por 83% dessas emissões evitáveis”, disse.

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Luiza Magalhães Figueira

Roberto Hollanda Filho, diretor do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), ressaltou que a sustentabilidade é um dos pilares do setor sucroenergético.

“É fundamental para o nosso processo produtivo, para nossa existência e para nosso produto. O tema deste evento não poderia ser mais preciso, em um momento em que o mundo renova seus conceitos, seus paradigmas de meio ambiente, de segurança energética e de mobilidade urbana, tendo o etanol um papel muito importante neste contexto”, disse.

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Roberto Hollanda Filho

Luiza Magalhães Figueira, representando a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), disse que a entidade defende a busca de fontes alternativas de renda para o produtor, que podem ser encontradas no mercado de carbono.  Entre as ações da associação, está uma carta enviada à Presidência da República que destacou a importância do RenovaBio para toda a cadeia sucroenergética, bem como a aprovação do Projeto de Lei 3149/2020 – que trata da remuneração dos CBIOs e prevê divisão dos valores de venda na proporção de 80% aos produtores rurais.

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Gabriel Bezerra Santos

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR) Gabriel Bezerra Santos, disse que apesar dos avanços no setor, 60% dos trabalhadores ainda se encontram na informalidade. “Já avançamos bastante, mas é preciso avançar mais”, disse ele reiterando a necessidade de ampliar o diálogo entre as partes.

 

A abertura oficial do evento contou ainda com a participação dos anfitriões do evento Danielle Morley, CEO da Bonsucro, de Jean-Claude Autrey, presidente do Conselho de Administração da Bonsucro. De Lívia Ignácio gerente para o Brasil da Bonsucro e de Miguel Hernández, diretor Regional para América Latina da Bonsucro. Também estiveram presentes, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o prefeito de Ribeirão Preto – SP, Duarte Nogueira e Carlos Azânia, diretor Técnico de Divisão do Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento de Cana do IAC.

 

 

 

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