Mercado

Venda de carro multicombustível pode crescer 25% ano que vem

A necessidade de tornar o consumidor independente das sucessivas crises do mercado de combustíveis pode alavancar as vendas de veículos que rodam tanto a álcool quanto a gasolina, os chamados flex-fuel. Segundo estudos da Bosch, em 2004 as vendas destes modelos podem crescer 25% no ano que vem em relação a 2003.

Por causa deste prognóstico, as montadoras já anunciam lançamentos de modelos com esta configuração, e as sistemistas já oferecem ao mercado seus sistemas de injeção flexíveis.

A Volkswagen já lançou o Gol Total Flex, e lançará os modelos Tupi e Golf nas versões flex-fuel. A General Motors, por sua vez, anunciou na semana passada o lançamento do Corsa Flexpower. Outras montadoras, como Ford e Fiat, também programam lançamentos para este ano.

A Bosch, a primeira a desenvolver o sistema de injeção flex-fuel no Brasil, fornecerá para a produção do Tupi. O sistema do Gol é fornecido pela Magnetti Marelli, e a Delphi fornece tanto para o Corsa Flexpower quanto para o futuro Golf flex-fuel.

Todos os sistemas têm funcionamento parecido. Quando o tanque do carro é abastecido, o sensor de combustível avisa a unidade de gerenciamento do motor. Esta monitora o gás que sai pelo escapamento para verificar qual o percentual de álcool no tanque, e ajusta a injeção dentro dos pistões.

De acordo com Sidney de Oliveira Júnior, gerente de desenvolvimento de produto da unidade de sistemas a gasolina da Bosch, o seu sistema começou a ser desenvolvido logo depois da crise de desabastecimento de álcool de 1990, mas só foi adquirido pelas montadoras quando o governo estendeu os mesmos incentivos dos carros a álcool aos modelos flex-fuel.

Delphi

Já o sistema Delphi foi desenvolvido em parceria com a General Motors para o Corsa Powerflex, mas poderá ser oferecido pela sistemista para qualquer montadora.

De acordo com Emerson Camargo, diretor de vendas da Delphi na América do Sul, a sistemista já faz parte dos sistemas modulares da Volkswagen de Curitiba e Rezende. Por isso, já fornece 100% dos chicotes dos modelos Golf e Audi, além de caminhões e peruas Kombi. Os contratos fechados com a montadora a partir do ano passado já somam US$ 206,5 milhões.

A Delphi tornou-se fornecedora da Volkswagen após seu desligamento da General Motors, em 1999. De acordo com Camargo, isto permitiu que a empresa fornecesse para outras montadoras.

Além disso, a empresa opera para reduzir sua ociosidade, hoje próxima a 30%, através do programa de exportações. A Delphi brasileira é hoje fornecedora da Volkswagen mexicana, por exemplo. De acordo com Camargo, isto é possível porque o México está substituindo importações em euro por dólar, para reduzir custos. Ajuda também o fato de o Brasil ter acordo bilateral de comércio com esse país.

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