Mercado

Produtores de mamona reivindicam indenização

Sexta-feira pela manhã, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, estiveram reunidos produtores de mamona do município, representantes da Federação de Trabalhadores de Agricultura do Rio Grandae do Sul (Fetag) e da empresa Brasil Ecodiesel, com o propósito de discutir as perdas da safra deste ano.

Os produtores reclamaram que quando o programa foi implantado, no ano passado, a empresa se comprometeu a fornecer sementes, acompanhamento técnico durante todo o período de plantio e distribuir a sacaria para a colheita, o que, segundo os produtores, na prática, não aconteceu.

Outra reivindicação dos investidores que firmaram parceria com a empresa, é que a estimativa de produção que lhes foi informada era de 1.800 a 2.500 Kg por hectare, e, em média, foram colhidos 60 Kg por hectare.

O engenheiro agrônomo do Departamento de Bioenergia da Fetag, Valdecir Zonim, apontou que as principais causas dos prejuízos dessa safra foram: a má qualidade das sementes, falta de assistência técnica por parte da empresa, o atraso no recolhimento do que foi produzido nas propriedades por causa na demora de entrega da sacaria e também as questôes referentes ao clima. Como saldo da reunião, ficou estabelecido um prazo de 30 dias para que todos os produtores encerrem a colheita e aí será feito um levantamento total das perdas, assim como definido efetivamente o percentual de responsabilidade da empresa, para que, então, seja feito o pedido de ressarcimento dos investimentos efetivados.

Segundo Doralino da Cunha, um dos produtores o descontentamento é geral.

“Não estamos nada satisfeitos, estamos servinho de cobaia nisso, a empresa diz, só agora, que a estimativa era de 750 Kg. Assim é difícil produzir. Na hora de vender o peixe deles era uma coisa, agora é outra, completamente diferente”. Este agricultor plantou três hectares e colheu apenas 194 quilos de mamona.

O coordenador regional da Brasil Ecodiesel, Carlos Marques, não quis falar a respeito do assunto e, durante a reunião, em nenhum momento, assegurou aos produtores que os danos seriam reparados.

Há a expectativa de manifestação pública da empresa, por intermédio de sua unidade em Rosário do Sul, que está em vias de inauguração.

Questionado sobre quais os procedimentos que a Fetag vai tomar diante do impasse, o agrônomo Valdecir Zonim disse que “é o papel da federação buscar um entendimento, queremos que o programa dê certo, mas o produtor tem que ter renda. Enquanto o problema desta safra não for resolvido, a Fetag não irá inscrever nenhum produtor para o programa”.

Em SantAna do Livramento, 27 produtores estão inscritos no programa e 164 hectares de mamona foram plantados, inicialmente, no município.

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