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CerradinhoBio amplia moagem em 339 mil toneladas, fica no hidratado e por ora evita produzir açúcar

CerradinhoBio amplia moagem em 339 mil toneladas, fica no hidratado e por ora evita produzir açúcar

Luciano Sanches, presidente do Conselho de Administração da Cerradinho Bio, com unidade de processamento em Chapadão do Céu (GO), explica, em entrevista com participação do JornalCana, que a companhia deve encerrar a safra 2017/18 com moagem de 339 mil toneladas de cana-de-açúcar acima da temporada anterior.

A CerradinhoBio, segundo o empresário, manterá 100% da produção em etanol hidratado. Explica, também, por que a companhia ainda não definiu investimentos na produção de açúcar.

A entrevista foi concedida na manhã de 20/09, na sede da Cerradinho, em Chapadão do Céu, pouco antes da cerimônia de inauguração da expansão do parque industrial da companhia. Paulo Motta, presidente da companhia, também participou.

A CerradinhoBio deve encerrar a 17/18 com moagem de 5,4 milhões de toneladas de cana, 339 mil toneladas acima da 16/17. Com mais cana, a empresa não pretende entrar na produção de açúcar? 

Luciano Sanches – Apesar de termos composições ferroviárias [que realizam o transporte do etanol feito pela empresa para Paulínia (SP)], não existe preço convidativo para [contratar composições] e subi-las [até a unidade para fazer o transporte de açúcar]. Isso porque os trens passam cheios de grãos.

Quando isso deve mudar e permitir a melhora na logística de transporte?

Luciano Sanches – Isso só irá mudar quando saírem as ferrovias [na região] Norte, do Centro-Oeste para cima, para [conectar] com os portos para cima, o que irá aliviar a malha que segue para Santos. Só assim poderá ocorrer espaço e preço. Hoje, se se quiser embarcar açúcar o preço [inviabiliza]. Se o preço do transporte por caminhão é x, com trem é x menos um cafezinho.

Sobre a safra 17/18: com a moagem de pouco mais de 400 mil toneladas a mais, qual é a produção projetada? 

Paulo Motta – 455 mil metros cúbicos de hidratado, ou 8% acima da produção da safra 16/17.

Como a produção é escoada?

Paulo Motta – Aproveitamos muito bem a sinergia férrea. Os vagões que sobem com diesel voltam com etanol. Então há uma competitividade muito grande. A maioria de nossa produção vai para Paulínia.

Luciano Sanches – Isso porque o centro consumidor de etanol de Goiás possui usinas mais próximas de Goiânia, por exemplo.

Paulo Motta – Somos exportadores de etanol. Estamos na posição mais favorável de exportar hidratado para outros estados, enquanto outras usinas estão na posição mais favorável de entregar etanol aqui em Goiás.

Com a expansão recém-inaugurada, a CerradinhoBio amplia sua capacidade de geração para 160 megawatts (MW). Qual a estratégia de trabalhar a energia feita de biomassa?

Paulo Motta – Hoje trabalhamos com três contratos obtidos por meio de leilão e um quarto entra em vigor a partir de 2019. No próximo ano, 30% de nossa capacidade será reservada para geração não contratada, ou seja, no mercado livre, spot.

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