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StoneX estima moagem de 588,2 milhões de toneladas na safra 2023/24

Apesar da tendência para o crescimento no mix de açúcar, ciclo deverá ser mais alcooleiro

StoneX estima moagem de 588,2 milhões de toneladas na safra 2023/24

“Com o ano de 2022 registrando volumes de precipitação acima da média histórica e um inverno mais ameno, quando comparado com 2021, é possível manter uma projeção mais otimista para os canaviais do Centro-Sul”, afirma a StoneX do Brasil, que divulgou nesta terça-feira (31), a sua segunda revisão para a safra de cana 2023/24 no Centro-Sul do Brasil.

A consultoria projeta um crescimento no TCH de 4,3%, em relação ao valor projetado para 2022/23, alcançando o patamar de 76,2 t/ha. Além disso, considerando um atraso na colheita do ciclo corrente, devido ao excesso de chuvas que incidiram na região no terceiro trimestre de 2022, estima um crescimento de 1,9% em relação a 2022/23 na área a ser colhida, totalizando 7,77 milhões de hectares.

Assim, a estimativa é que na temporada 2023/24, a moagem no Centro-Sul seja de 588,2 milhões de toneladas, podendo representar aumento anual de 5,5%. A oferta de açúcar na região prevista é de 36,0 milhões de toneladas (+4,9%) e a de etanol de cana de 26,0 milhões de m³ (+4,1%), sendo a produção de hidratado de 15,9 milhões de m³ – avanço safra-a-safra de 7,9% e 10,1 milhões de m³ de anidro.

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Quanto ao etanol de milho, a expectativa é que continue ganhando espaço no mercado de etanol e apresente crescimento anual de 22,2%, totalizando 5,5 milhões de m³ – levando a produção total do biocombustível na temporada para 31,5 milhões de m³, alta de 6,9% frente ao volume estimado pela StoneX na safra 2022/23.

Em meio às expectativas climáticas que devem registrar um volume significativo de chuvas no decorrer dos próximos meses, estima-se que o ATR médio das lavouras apresente uma ligeira retração frente ao estimado para a temporada 2022/23, na ordem de 1,0%, totalizando 139,6 kg/t.

“Para o ciclo 2023/24, a safra apresenta uma tendência de crescimento no mix de açúcar, porém ainda deverá ser mais voltada para a produção de etanol, uma vez que, com a possibilidade de retomada da cobrança de impostos a partir de março/23, o etanol tende a recuperar parte da sua competitividade com o fóssil e dar suporte para a retomada da demanda”, explica a consultoria.

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Porém, mesmo com a precificação do açúcar tendendo a permanecer num cenário mais baixista, já que as expectativas para o saldo global 2022/23 (out-set) trazem um superavit de 5,0 milhões de toneladas, pelo menos até o início da colheita dos canaviais para o ciclo 2023/24 (abr-mar) do Centro-Sul o adoçante deve permanecer vantajoso sobre o biocombustível. Assim, estima-se que 46,0% do volume de biomassa processada deverá ser destinado à produção de açúcar.

Diante dessas mudanças, envolvendo a precificação dos combustíveis, foi estimado um crescimento para o consumo de Ciclo Otto de 1,1% e, considerando uma recuperação da competitividade do etanol, estimou-se um share do hidratado de 26,5% – 1,5 ponto percentual (p.p) menor que as estimativas de novembro/22 – ainda menor no comparativo com a média de 5 safras, por exemplo, considerando o fato de que a paridade na virada para 2023/24 deve ser bastante elevada e o setor de combustíveis, como um todo, vive grandes incertezas no Brasil, para o médio prazo.

“O setor da destilação do etanol pelo grão vem crescendo exponencialmente na região Centro-Oeste do Brasil, e deve ganhar cada vez mais espaço no mercado alcooleiro do país. Se concretizada a estimativa, o etanol produzido a partir do milho terá uma participação de 17,5% no total, cerca de 2,3 pontos percentuais acima do projetado para a safra 2022/23”, disse a consultoria.

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Já sobre a safra em curso, a consultoria afirma que as perspectivas para produtividade dos canaviais, permanecem otimistas. “Desde o início de abril/22 até o fim de janeiro/23, os dados de precipitação indicam que 1.010,3 mm de chuvas incidiram na região Centro-Sul, alta de 9,7% em relação ao mesmo período da safra passada e 31,2% acima da média histórica”.

O TCH (tonelada de cana por hectare) foi reajustado de 72,5 ton/ha para 73,0 ton/ha, que se concretizado, apresentará uma alta de 7,7% no comparativo entre safras. A área total estimada ficou em torno de 7,64 milhões de hectares, redução de 1,2% no comparativo anual.

Assim, a moagem projetada permanece em 557,5 milhões de toneladas, produção de açúcar em 34,3 milhões de toneladas, crescimento de 1,0 milhão de toneladas frente à estimativa anterior e a de etanol em 25,0 milhões de m³, sendo 14,8 milhões de m³ de hidratado e 10,2 milhões de m³ de anidro – crescimento anual de 4,1% para o hidratado e 3,2% para o anidro.

Para o Norte-Nordeste, a consultoria projeta moagem de 58,2 milhões de toneladas, produção de açúcar de 3,26 milhões de toneladas, representando alta anual de 12,8%; a produção de etanol, de  2,3 milhões de m³ (+6,5%), sendo 1,1 milhão de m³ de hidratado (-2,5%) e 1,19 milhão de m³ de anidro (+16,3%).

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