Mais importante centro de pesquisa e tecnologia na área sucroalcooleira, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) anunciou ontem, em Ribeirão Preto, três projetos para aumentar a produtividade e a rentabilidade da cana-de-açúcar no Brasil. Primeiro foi o lançamento e liberação para plantio da quarta geração de variedades de cana-de-açúcar, com três novas cultivares. O segundo foi o anúncio da inauguração para fevereiro de 2009, em Piracicaba (SP), de uma nova “biofábrica” de mudas, um projeto de alta tecnologia que ampliará a produção atual de 600 mil para 5 milhões de mudas por ano. Finalmente, o instituto de pesquisa comunicou que dará início neste ano ao programa CTCSat, que irá mapear, num prazo de cinco anos, via imagens de satélite, um total de 3,2 milhões de hectares de canaviais. Com 177 associados e orçamento anual de R$ 40 milhões, o CTC não arrefeceu seus investimentos, mesmo com a remuneração mais baixa recebida pelas empresas do setor nas últimas duas safras. “Apesar da crise, os associados sabem da importância desse investimento e mantiveram as contribuições”, diz diretor superintendente do CTC, Nilson Zaramella Boeta. “As pesquisas têm de continuar ou perde-se tudo o que foi feito até agora.” As associadas que já aderiram ao programa “Cartas de Solo e Ambientes de Produção” receberão gratuitamente informações sobre suas áreas de cultivo. “As novas variedades de cana (16, 17 e 18) vêm cumprir uma lacuna no setor sucroalcooleiro, pois todas têm como característica marcante a precocidade da produção aliada a um alto teor de sacarose”, diz o diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade. Além disso, os novos materiais têm alto teor de fibra, o que contribui para aumentar o rendimento da co-geração de energia a partir do bagaço. A precocidade da cana ajuda a antecipar o início da safra e, conseqüentemente, contribui para reduzir as oscilações do preço do álcool na entressafra. “As novas variedades precoces de cana registram um alto teor de sacarose já no início da safra”, afirma Boeta. Segundo ele, em média, as variedades 16, 17 e 18 registram 14% de sacarose durante a safra. “Mas, no início da safra, elas já têm teor médio de 12%, em comparação 9% das convencionais”, explica. A partir de 2009, com apoio de um novo Laboratório de Biotecnologia e da tecnologia de “marcadores moleculares”, o CTC passará a selecionar variedades de cana com base em DNA, para uso em diferentes ambientes de produção.
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