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Mercado global de bioquerosene para aviação tem potencial de US$ 400 bilhões anuais

Em março, o EPA – órgão do governo dos Estados Unidos encarregado da proteção ambiental – homologou o bioquerosene a partir do etanol de cana

Mercado global de bioquerosene para aviação tem potencial de US$ 400 bilhões anuais

O SAF, bioquerosene produzido a partir de resíduos de etanol de cana-de-açúcar, está se firmando como a melhor solução para ajudar a descarbonizar o setor de aviação, que emite cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera por ano, o equivalente a 2% e 3% das emissões mundiais totais.

Tanto empresas de aviação quanto fabricantes estão comprometidas com a redução de emissões do setor até 2050, por meio do aumento da eficiência de aproveitamento energético e da busca por combustíveis renováveis.

O Brasil começou a entrar oficialmente no jogo em março, quando o EPA – órgão do governo dos Estados Unidos encarregado da proteção ambiental – homologou o bioquerosene a partir do etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil para ser usado como combustível de aeronaves.

A expectativa é de que o mercado de bioquerosene para aviação movimente US$ 30 bilhões por ano no Brasil quando estiver maduro. Já o mercado global tem potencial de movimentar US$ 400 bilhões por ano.

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O setor privado e o Governo Federal estão se mostrando atentos a isso. Na quarta-feira, 17 de maio, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o país tem condições de produzir 9 bilhões de litros por ano de bioquerosene para aviação.

Ele adiantou que o Governo Federal articula o Projeto de Lei do Combustível do Futuro, em análise na Casa Civil, e pretende criar um marco legal para que seja usado todo potencial desse tipo de combustível no país.

A Geo Biogás & Tech, desenvolvedora de plantas de produção de biogás e hidrocarbonetos verdes derivados a partir da cana-de-açúcar, iniciou um projeto-piloto de R$ 15 milhões numa planta de bioquerosene para aviação no Paraná, em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), de fomento à tecnologia e inovação em empresas, e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), como co executora.

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A planta-piloto do Paraná deverá entrar em operação a partir do final do ano que vem. A Geo optou produzir o SAF a partir dos resíduos de cana-de-açúcar provenientes dos projetos de biogás, como vinhaça e torta-de-filtro.

O processo, conhecido como rota de Fischer-Tropsch (FT), é um dos três existentes. Os outros são Hidrotratamento de Óleos Vegetais (HVO), conhecido como diesel “verde”, e o Alcohol-to-Jet (ATJ), esse mais utilizado nos EUA. A vantagem da FT é que não exige uma fonte externa de hidrogênio verde (H2V) de eletrólise, tornando a rota menos dispendiosa em relação ao consumo energético.

Outras empresas também estão entrando no segmento. A BSBios, líder nacional na produção de biodiesel, anunciou no ano passado um projeto de US$ 1 bilhão numa unidade capaz de produzir 1 bilhão de litros de diesel “verde” e SAF na região de Villeta, Paraguai.

A Acelen anunciou no mês passado investimentos de R$ 12 bilhões nos próximos dez anos na produção de  HVO e bioquerosene de aviação. O plano estratégico da Petrobras em vigor (2023-2027) prevê a realização de investimentos que totalizam US$ 78 bilhões, sendo US$ 600 milhões em iniciativas para também produzir diesel “verde” e bioquerosene de aviação.

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