Mercado

Fornecedores de cana vão a Jarbas e pedem ajuda

Representantes dos fornecedores de cana-de-açúcar se reuniram ontem com o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) para pedir que o governo do Estado faça um plano de emergência para os produtores da Mata Norte que foram prejudicados com cinco meses de estiagem. Naquela Região, alguns plantadores perderam até 50% da safra. “O governador disse que vai se empenhar para ajudar a categoria”, disse o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco, Ricardo Buarque de Gusmão.

O plano apresentado pelos fornecedores prevê o replantio de uma área de 5,4 mil hectares em uma única etapa a partir desta safra. A iniciativa vai gerar 5,4 mil empregos (incluindo os diretos e indiretos) e permitir a reposição imediata de mais de 300 mil toneladas de cana-de-açúcar naquela região, de acordo com informações da Associação.

O atual plano de emergência é parecido com o Programa de Recomposição da Atividade Canavieira da Mata Norte (Prorenor) que foi feito pelo governo Jarbas Vasconcelos, na sua primeira administração estadual, em 2001. Nele, o Estado forneceu as sementes e ajudou os produtores a replantarem 7 mil hectares da planta naquela Região.

“Também estamos pedindo para o governador fazer uma articulação para apressar o relatório da comissão interministerial que ia sugerir soluções para reestruturar o setor”, contou Gusmão. O grupo interministerial foi criado pela Presidência da República com o objetivo de fazer um diagnóstico do setor sucroalcooleiro, incluindo um relatório que deveria ter sido divulgado em março último. Esse relatório deveria trazer também uma definição sobre o programa de Equalização dos Custos da Cana-de-Açúcar no Nordeste.

O programa pagava um subsídio para compensar o custo de produção da cana-de-açúcar no Nordeste, que é mais alto no Nordeste do que no Centro-Sul do País devido à topografia da região, entre outras coisas. O programa suspendeu o pagamento dos recursos em 2002.

Os fornecedores também entregaram ao governador um documento sugerindo várias medidas que poderiam ser adotas para “evitar o processo de migração de usinas e destilarias instaladas no Estado para outras regiões do País”, como a criação de mecanismos para a reativação de usinas desativadas (via cooperativa ou condomínio de fornecedores), incentivar o consumo de álcool combustível na frota oficial do Estado e pedir ao governo federal providências para aumentar o preço da cana que tem uma defasagem de 45,5%, segundo a associação.

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