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Discussões no GAF colocam Brasil como modelo em transição energética e produção agrícola

Programas como o RenovaBio reduz a dependência do país em relação a combustíveis fósseis

Discussões no GAF colocam Brasil como modelo em transição energética e produção agrícola

No primeiro dia do Global Agribusiness Forum (GAF) 2022, nesta segunda-feira (25) em São Paulo, entre os diversos painéis realizados, o que tratou dos desafios da transição energética, assim como o desafio de alimentar a população mundial em 2050, colocaram o Brasil como modelo a ser seguido, seja em políticas já implementadas como também em exportação de tecnologia.

Tanto a pandemia como o conflito entre Rússia e Ucrânia impulsionaram a busca por fontes alternativas de energia sustentável, dando ao Brasil a possibilidade de contribuir com seu know-how, a exemplo do RenovaBio, que reduziu a dependência do país em relação aos combustíveis fósseis.

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“O Brasil já está em um patamar de substituição dos combustíveis fósseis bastante avançado. Temos que discutir redução de emissões com geração de emprego e com governança, o que significa certificação, e o RenovaBio é um bom exemplo, dá garantia ao consumidor final de que o processo segue critérios internacionais críveis”, destacou Plínio Nastari, presidente da DATAGRO.

Todo o conhecimento brasileiro no que diz respeito ao etanol está sendo aplicado na Índia, grande player global de açúcar, que agora está destinando parte da sua produção de cana para a fabricação do biocombustível. “Os indianos estão tecnicamente muito avançados”, ponderou André Corrêa do Lago, embaixador do Brasil na Índia.

O Roberto Jaguaribe Roberto Jaguaribe falou sobre a mudança na matriz energética da Europa desde a invasão russa ao território ucraniano, em 24 de fevereiro.

“A Alemanha dependia em 55% do gás russo em seu mercado, agora está na faixa de 35%. É um esforço que vai trazer muitos desafios e muitas oportunidades. O Brasil é naturalmente um dos países mais sustentáveis do mundo. Hoje temos uma matriz energética que os europeus ambicionam alcançar só daqui a 15 anos”, disse.

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No painel sobre o desafio alimentar em 2050, quando estima-se mais 2 bilhões de pessoas no mundo, Giulia Di Tommaso, presidente e CEO da CropLife International, ponderou sobre a cooperação entre os grandes players do agronegócio global no que diz respeito à produção e escoamento das commodities agrícolas, de forma a garantir a sustentabilidade em um contexto de rápido crescimento populacional.

Em relação às novas fronteiras agrícolas do mundo, Giulia diz que o papel de grandes países produtores, como o Brasil, é compartilhar o seu know-how com aqueles que estão começando a desenvolver uma agricultura de alto nível, a exemplo dos países africanos.

John Linder, diretor da Maizall e presidente do Conselho da Associação Nacional dos Produtores de Milho

No painel que tratou sobre a biotecnologia, John Linder, diretor da Maizall e presidente do Conselho da Associação Nacional dos Produtores de Milho (EUA), destacou dados relevantes do avanço da biotecnologia na cadeia de milho nos Estados Unidos.

Segundo ele, inovações mecânicas, para o solo e as sementes, entre outras, elevaram por acre no país a eficiência energética da cultura em 41%, diminuíram suas emissões de gases de efeito estufa em 31% e reduziram sua perda de solo em 58%.

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Na sequência, Othon Abrahão, diretor de Biotecnologia da CropLife, mencionou outros avanços trazidos pela biotecnologia em áreas como nutrição, fertilização e germoplasmas, além de destacar o trabalho da CTNBio, ao longo dos anos, no estabelecimento de normas no Brasil que impactaram o modelo regulatório global.

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