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Colombo navega na Indústria 4.0 rumando para superar desafios

A usina avança no mercado de açúcar e bate recordes de produtividade

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Nesta safra 2023/24, os ventos da inovação seguem impulsionando as caravelas da Colombo Agroindústria, que ao que tudo indica, segue navegando em águas tranquilas. Após superar a turbulência de 2021, marcado pela adversidade climática, a Companhia segue em “Mar de Almirante”, projetando indicadores extremamente favoráveis.

A empresa está numa crescente fantástica, investindo em maquinário, em programas, tecnologia, funcionários, e com plano de implantação de uma nova fábrica de açúcar no ano que vem.

A marca Caravelas, com mais de 27 anos de atuação, se destaca no cenário nacional, especialmente no sul e sudeste do Brasil. Seu portfólio inclui açúcares refinado, cristal, demerara, orgânico e mascavo. A empresa também fornece marcas próprias para grandes redes varejistas, ampliando sua presença nas prateleiras e lares brasileiros.

A última safra de 2022/23 foi marcada por resultados históricos no varejo. O Açúcar Caravelas atingiu o topo em vendas de açúcar refinado no Brasil, pela primeira vez em 27 anos, com uma participação de mercado de 25,7%, tornando-se líder no segmento.

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Essa conquista é fruto de um esforço concentrado para recuperar seu canavial após um ano climaticamente adverso. Com uma moagem de 8,75 milhões de toneladas na safra 2022/23, comparada a 7,57 milhões na anterior, houve um aumento de 1,2 milhões de toneladas, ou 15,6%.

A produtividade média subiu de 62,3 toneladas por hectare para 83,1 toneladas, um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, retomando os níveis históricos de produtividade da empresa.

Além disso, a Colombo alcançou excelentes resultados em Toneladas de ATR por Hectare (TAH), atingindo 11,4 TAH na safra recente, um aumento de 36,7% em relação à safra anterior e uma das melhores métricas na história do grupo. A trajetória da Colombo Agroindústria destaca-se como um exemplo de resiliência e inovação no setor agroindustrial.

Durante a safra recente, a Colombo Agroindústria adotou uma estratégia de produção focada no açúcar, representando 49,2% do total, em comparação com 41,6% na safra anterior. Essa decisão se baseou na manutenção de preços mais vantajosos para o açúcar em relação ao etanol. A capacidade da companhia de ajustar rapidamente seu mix de produção às condições de mercado é uma de suas principais vantagens competitivas.

Na safra 2023/24, o processamento da cana superou 12 milhões de tonelada sendo esta, a maior moagem histórica do grupo.

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Anderson Travagini é CEO da Colombo Agroindústria desde 2022

Anderson Travagini, CEO da Colombo Agroindústria, diz que os investimentos da Colombo foram direcionados para a retomada da produtividade do canavial, visando resultados positivos na moagem da safra 2023/24, e para a preparação da indústria e da operação agrícola para o aumento significativo da moagem nas próximas safras. A empresa está focada em revitalizar seu maquinário e equipamentos, garantindo que a operação esteja pronta para um maior volume de moagem nas safras futuras. Aponta para o compromisso da empresa com a inovação, modernização digital, seguindo as tendências da Indústria 4.0.

“Garantir contenção de custos e excelência na saúde financeira da companhia é fundamental para que possamos continuar neste crescimento exponencial”, diz Anderson.

“O foco da minha gestão é dar robustez no modelo de governança e garantir que as estratégias comerciais, financeiras, administrativas, gestão de pessoas e operacionais estejam em sinergia para o alcance das metas projetadas”, complementa Anderson.

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Fábio Rodrigo Magione, diretor comercial de commodities, expressou otimismo, destacando uma safra recorde em termos de quantidade de cana, açúcar e etanol processados. Ele também apontou desafios logísticos, especialmente após a adoção de um novo formato de exportação.

Magione explicou a implementação de um novo sistema de empacotamento para exportação em sacas de 50 quilos na unidade de Santa Albertina, uma mudança visando redução de custos e melhoria na qualidade do açúcar produzido.

“Enxergamos uma oportunidade de fazer mais volume, mas, ao invés de fazer o ensaque aqui na unidade de Ariranha, fez sentido fazer o empacotamento, no caso, lá em Santa Albertina, por conta de custos e poder melhorar a qualidade do nosso açúcar daquela unidade”, disse.

Clever José de Faria, diretor comercial de Varejo, salientou a posição de liderança da empresa no segmento de açúcar refinado. Ele também mencionou a introdução de novos produtos como a sucralose e sachês de açúcar mascavo, que serão vendidos através do e-commerce.

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Unidade Palestina

Rogério Azevedo, diretor financeiro da Colombo, destaca aspectos notáveis das operações financeiras e indicadores da empresa na safra atual. Ele ressalta a manutenção do prestigioso rating Triple A pela Standard & Poor’s por três anos consecutivos, uma conquista rara e significativa, evidenciando a exigência da agência e a excelência da companhia.

Azevedo aponta que, além da classificação de crédito, a Colombo se sobressai em indicadores de liquidez, comparando favoravelmente até mesmo com outras empresas de Triple A e de mercado aberto. “Essa posição fortalece a empresa, preparando-a para ser uma escolha atraente no mercado caso decida abrir seu capital”, disse.

Ele também menciona outros indicadores financeiros positivos da Colombo, como o serviço da dívida e a relação dívida/moagem, um parâmetro muito considerado pelos bancos.

Azevedo informa que a Colombo tem empreendimento financeiros significativos, como uma operação de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) de seis anos e a emissão de uma debênture.

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“A empresa planeja uma nova emissão de debêntures, voltada para o financiamento da expansão da fábrica e outros investimentos de capital, com um valor aproximado de 300 milhões e prazo de oito anos”, contou. Ele destaca que, apesar da possibilidade de estender o prazo para dez anos, a empresa opta por equilibrar a amortização da dívida, uma estratégia financeira prudente e eficaz.

Gustavo Henrique Barbosa, membro da equipe de contabilidade do Grupo Colombo, afirmou que o ano foi repleto de desafios significativos tanto para o setor quanto para a empresa. No entanto, a Colombo conseguiu implementar estratégias eficazes para reduzir custos significativamente.

Ele ressalta que, graças à alta capacidade de moagem, a empresa foi capaz de diluir seus custos fixos, resultando em um aumento notável no lucro líquido. “Comparando com o ano anterior, em setembro, o lucro líquido da empresa cresceu mais de 102%, acompanhado de um aumento na receita de cerca de 20% e uma redução de custos na ordem de 2%, segundo uma análise vertical”, informou.

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Unidade Santa Albertina

Modernidade e Sustentabilidade

Segundo Travagini, a indústria sucroenergética brasileira é estratégica para o processo de transição energética mundial e a Colombo Agroindústria S/A, tem inovado seus processos, operações e comercialização, demonstrando o seu compromisso com a pauta ambiental, social e de governança, alcançando resultados exponenciais.

A otimização da produção agrícola é fruto da transformação dos processos e operações da empresa e da inovação de práticas, como no uso e reuso da água e do manejo do solo.

CEO da Colombo desde 2022, Anderson Travagini destaca que o Grupo se mantém alinhado as melhores práticas de governança e que o grupo busca alavancar o crescimento e a capacidade de processamento de forma sustentável, visando oportunidades de mercado.

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“Estamos avançando no processo de transformação digital, com operações integradas e inteligência artificial, além da promoção do portfólio de produtos, alinhadas às práticas de sustentabilidade e responsabilidade ambiental”. Afirma Anderson.

Evidências que a Empresa caminha a passos largos neste quesito são os prêmios e selos conquistados em 2022 e 2023 sob a gestão de Anderson, entre eles, destaques para o Mastercana Social, Mastercana Centro-sul e Brasil, além do Master Award -Sugar and Ethanol Group of the Year e destaque individual na categoria referência em Liderança Empresarial e Executivo do ano.

Oficina localizada na Unidade Ariranha

Investindo em tecnologia em prol da excelência operacional
Para o próximo ano estão previstos investimentos na ordem de R$ 370 milhões

A safra 2022/23 representou um período de desafios intensos para a Colombo Agroindústria, especialmente na recuperação da produção após a crise climática de 2021. A empresa se concentrou em otimizar o uso de seus recursos, visando a excelência operacional e a maximização dos resultados. Com investimentos previstos de R$ 370 milhões para o próximo ano, a companhia se prepara para avançar ainda mais nesse caminho.

Uma das forças-chave do Grupo Colombo é sua capacidade de flexibilizar a produção entre açúcar e etanol, ajustando-se à rentabilidade de cada produto. Na safra 2022/23, com o açúcar apresentando uma vantagem de preço sobre o etanol, a empresa optou por aumentar a produção do alimento, alcançando um mix de 49,2%, em comparação com 41,6% na safra anterior, uma diferença notável de 7,6 pontos percentuais.

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Em termos de produção, a Colombo produziu 560 mil toneladas de açúcar, um aumento expressivo de 29,3% em relação às 433 mil toneladas da safra 2021/22. Este aumento se deve ao maior processamento de cana e ao ajuste no mix de produção.

No segmento de etanol, houve um crescimento de 2,3% na produção, alcançando 376 mil metros cúbicos na safra, mesmo com a mudança no mix em favor do açúcar.

Por três anos consecutivos, a Colombo adotou uma estratégia comercial eficaz de comprar açúcar bruto no mercado, refiná-lo e distribuí-lo no varejo. Utilizando sua capacidade de refino e empacotamento, a empresa comprou e comercializou cerca de 29 mil toneladas de açúcar, o equivalente a 230 mil toneladas de cana processadas com um mix 100% voltado para o açúcar. Essa abordagem é um diferencial competitivo significativo da Colombo, já que poucos players do setor possuem a infraestrutura necessária para a produção e distribuição no mercado interno.

Reginaldo Calciolari, diretor agrícola do Grupo Colombo, destacou os investimentos significativos em renovação de frota e aquisição de equipamentos para plantio mecanizado, totalizando cerca de R$ 100 milhões. Ele ressaltou a importância desses investimentos para melhorar a eficiência da moagem. Anteriormente, a moagem diária não era constante ao longo da safra com variações entre 40 e 50 mil toneladas. Agora, graças ao aumento de TCH (Toneladas de Cana por Hectare), canaviais mais produtivos e melhor disponibilidade de equipamentos devido à renovação da frota, a empresa conseguiu manter uma entrega linear de 50 mil toneladas ao longo do ano em suas unidades.

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Investimentos da Colombo foram direcionados para a retomada da produtividade do canavial, visando resultados positivos na moagem da safra 2023/24

Uma outra estratégia adotada pela Colombo foi a transferência de cana de uma unidade para outra, operação que permitiu evitar a cana bisada. “Em virtude das moagens recordes, optamos, nesse ano, em transferir a cana excedente da unidade Palestina para as unidades de Santa Albertina e Ariranha. A operação foi viabilizada em virtude da proximidade entre as unidades e do bom momento dos preços do açúcar”, explicou Calciolari.

Hélio Pavani, diretor industrial da Colombo, destacou a importância dos investimentos em tecnologia para alcançar os resultados atuais da usina. Ele mencionou especificamente a tecnologia S-PAA, que tem sido crucial para grandes moagens e controle de redes de vapor e energia, além de ajudar na gestão do mix de produção. “O S-PAA foi fundamental para direcionar o fluxo de caldo e o controle de embebição de moenda, a fim de otimizar o mix de açúcar e lidar com variações no processo. Essa tecnologia também contribuiu para um recorde de cogeração durante períodos de alta moagem’, disse.

Rodrigo Garcia Dominiquini, gerente corporativo de PCO/Torre de Controle destacou a importância vital da Tecnologia 4.0 em impulsionar a eficiência e a inovação em todas as esferas da empresa. Com um olhar estratégico, ele ressaltou a busca constante por excelência e inovação, abrangendo desde o cultivo no canavial até os processos industriais e projetos estratégicos. Dominiquini evidenciou a iniciativa pioneira da empresa no desenvolvimento de um sistema integrado, destinado a otimizar a gestão produtiva agrícola com Tecnologia 4.0. Esse sistema inclui a seleção criteriosa de variedades de cana e solos, assim como a definição das melhores épocas para plantio, tratos e colheita. Ele explicou com entusiasmo: “Já dispomos de soluções específicas para cada uma dessas fases, mas nosso objetivo agora é criar uma plataforma holística que unifique e refine a logística operacional, desde o planejamento inicial até o processo final de moenda. Essa integração não apenas aumentará a eficiência, mas também elevará significativamente os padrões de qualidade em todas as etapas”.

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Marco Antônio Ramiro, gerente corporativo de suprimentos, ressalta o expressivo volume de investimentos planejados para o próximo ano, estimados em torno de R$ 370 milhões. Ele enfatiza a expansão da infraestrutura, incluindo a adição de um quinto terno na moenda na unidade de Santa Albertina, renovação de frota, e a construção da fábrica de açúcar na unidade de Palestina. Ramiro, com sua experiência de 30 anos na empresa, também valoriza o foco no bem-estar dos colaboradores, destacando os benefícios crescentes em um período de alta produção de cana.

Antônio Josias, gerente corporativo administrativo/DHO pontua que a Colombo atualmente conta com cerca de 5.300 funcionários em suas três unidades e irá contratar mais 800 pessoas até o final de janeiro de 2024. “Além do plantio que se inicia em janeiro, já estamos contratando para a próxima safra, para que possamos investir nas pessoas. Nossos treinamentos operacionais/técnicos serão realizados na entressafra”

Josias também fala sobre o programa “Conectado 220”, que visa aumentar a produtividade agrícola através de um conjunto de técnicas operacionais padronizadas com foco na qualidade continua que vão do plantio à colheita.

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Anderson Travagini: Grupo busca alavancar o crescimento e a capacidade de processamento de forma sustentável, visando oportunidades de mercado

No âmbito das iniciativas de ESG (Environmental, Social, and Governance), a empresa vem expandindo sua atuação no entorno com os programas socioambientais. Entre os projetos, destacam-se Colombo na escola e doce biodiversidade. A relação dos projetos pode ser visualizada no site da empresa (Relatorio_anual_de_Sustentabilidade_Safra_2021.pdf (km2.s3.amazonaws.com).

“Outras iniciativas estão sendo implementadas, como por exemplo o plano de fornecimento de energia mais barata para os colaboradores da empresa, através da parceria com empresas de energia sustentável, onde o funcionário que aderir ao programa passa a ter como benefício uma redução na sua conta de energia”. explicou.

Além disso, Josias destaca a recomendação da certificação Bonsucro nas unidades de Palestina e Santa Albertina no mês de dezembro, refletindo o compromisso da empresa com práticas responsáveis e sustentáveis no setor agrícola.

Esta é a matéria de capa da edição 348 do JornalCana

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