Usinas

Safra 2022/23 em Pernambuco tem moagem de 14,31 milhões de toneladas 

Um crescimento de 11% em comparação com ciclo anterior, quando a moagem foi de 12,86 milhões de toneladas de cana

Safra 2022/23 em Pernambuco tem moagem de 14,31 milhões de toneladas 

Pernambuco apresentou uma moagem de 14,31 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2022/23, apontando um crescimento de 11% em comparação com a safra anterior (2021/22), quando houve a moagem de 12,86 milhões de toneladas.

A produção de açúcar chegou a 995 mil toneladas e a de etanol ficou em 363 milhões de litros.

Para o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), e presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, o resultado da safra em curso 2023/24 deve manter a tendência de alta, embora não deva apresentar um crescimento robusto como na temporada 2022/23 com relação a 2021/22, ficando numa variação positiva de 3% a 4%.

A estimativa é que sejam processadas cerca de 14,6 milhões de toneladas de cana. Com isso, serão obtidas cerca de 1,05 milhão de toneladas de açúcar, enquanto o quadro de produção de etanol deve cair em torno de 8%, para 330 milhões de litros.

LEIA MAIS > Safra em MG termina com moagem 18% acima da temporada passada

Renato Cunha

“O etanol deve decrescer fruto da alternância de política fiscal do governo federal que diminui sua competitividade, onde não se verifica uma previsibilidade maior para o produtor. Isso deve ocorrer sobretudo para quem compete com uma gasolina, que tem as suas próprias políticas, prioritariamente protegidas, na competitividade com o etanol limpo e descarbonizador”, destacou Cunha.

O presidente do Sindaçúcar-PE ressaltou ainda que o setor tem um nível significativo de empregabilidade, participa ativamente da economia verde, e tem por objetivo a descarbonização.

Segundo ele, cerca de 60 municípios no Estado têm negócios relacionados com a cana. Atualmente, a cadeia produtiva envolve mais de 130 mil trabalhadores, considerando os empregos diretos e indiretos.

As produções de Pernambuco estão inseridas, no contexto do Norte e Nordeste, que até 31.12 mostram esmagamento total de 42,6 milhões de tons de cana, equivalendo a mais de 70 % do total estimado para a safra 2023/24, de cerca de 62 milhões de tons. Da moagem dessas 42,6 milhões de tons já resultaram na produção 2,330 milhões de toneladas de açúcar e 1,722 bilhões de litros de etanol sendo 869,9 de anidro e 852 milhões de hidratado.

LEIA MAIS > RenovaBio precisa de alterações, afirma Miguel Ivan, pai do programa

Cunha ressaltou ainda que programas federais são esperados e podem minimizar desequilíbrios. “Esses programas envolvem a questão da mistura do etanol anidro na gasolina que, desde o ano passado, está anunciado e ainda não surtiu efeito. O etanol anidro deverá aumentar a sua mistura na gasolina de 27% para 30%, favorecendo o aumento do tamanho do mercado”, destacou.

Ele ressaltou, também, que a política de competitividade entre os combustíveis “não envolve o etanol”.  “No Nordeste, o etanol não tem feito parte efetivamente dessa política. Há investimentos em uma política muito voltada para o petróleo, gasolina e importação de gasolina. As importações de gasolina têm sido rotineiras e é fundamental, ainda mais em uma transição energética global, que se estimule também a formação de estoques de etanol, por exemplo, do etanol anidro”, pontuou.

Banner Revistas Mobile