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Clima se estabiliza, La Niña perde força e o preço do açúcar se fortalece

Segundo relatório da Itaú BBA, a redução da safra indiana fortalece o açúcar em Nova York

Clima se estabiliza, La Niña perde força e o preço do açúcar se fortalece

As chuvas de volumes expressivos registradas nos últimos 30 dias deverão permanecer na primeira semana de março. O fenômeno La Niña perde força cedendo espaço para um período de neutralidade climática. Essa previsão está registrada no informativo Agro Mensal editado pelo Itaú BBA.

“O mapa mostra retorno das chuvas em MG, principalmente no sul do estado, assim como no ES, na maior parte do MT, RO e TO. No sul do MS deve continuar chovendo bastante e principalmente no Paraguai, enquanto na Região Sul os volumes diminuirão”, aponta o relatório.

Em relação aos preços do açúcar, o documento avalia que a redução da estimativa de safra indiana fortaleceu os preços do produto em Nova York.

“Os preços se fortaleceram no final de janeiro e início de fevereiro. A tela de mar/23 encerrou a primeira quinzena do mês corrente em cUSD 21,36/lp (15/2), alta de 8,3% comparado com os últimos 30 dias (15/1). A valorização das cotações aconteceu após a redução da estimativa de produção de açúcar da safra indiana anunciada pela ISMA (Associação das Usinas de Açúcar da Índia).

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Atualmente, a política de exportação da Índia prevê embarques de 6 milhões de toneladas do adoçante, e com a perspectiva de redução na produção, que saiu de 36,5 milhões de toneladas para 34 milhões de toneladas, é possível que não sejam liberados novos volumes para o mercado internacional, avalia o documento.

Na safra 2021/22 o país exportou 11 milhões de toneladas, o que representa cerca de 5 milhões a menos para safra atual e pode apertar o fluxo de comercialização.

A produção indiana de açúcar de out/22 a jan/23 está ligeiramente maior no comparativo com a safra anterior. Segundo a ISMA, a produção de açúcar no acumulado da safra até o final de janeiro atingiu 19,3 milhões de toneladas, 3,4% acima do mesmo período da safra passada. Os maiores volumes produzidos podem indicar adiantamento de safra e término antecipado frente a 2021/22.

Neste mês, também ocorreu a expiração da tela de mar/23 de Londres (13/2), referente ao açúcar branco. As entregas na expiração do contrato de mar/23 vieram dentro do esperado pelo mercado.

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Segundo a bolsa de Londres, as entregas totalizaram 190 mil toneladas frente 358 mil toneladas em mar/22. O mercado de açúcar branco está sustentado principalmente pela estimativa de redução da safra indianaprodutora de açúcar branco – porém, Índia e Tailândia em pico de produção ajudam a segurar grandes altas de preços.

De acordo com o relatório, na região Centro-Sul, a safra 2023/24 tende a ser mais açucareira. O documento informa que o preço do etanol hidratado se valorizou 6,6% nos últimos 30 dias, fechando em Paulínia a R$2,84/l, sem impostos (15/2).

No final de janeiro (26/1), com o aumento das cotações do petróleo, foi anunciado reajuste positivo de 7,4% no preço da gasolina nas refinarias. Com o aumento dos preços do fóssil, o hidratado ficou mais competitivo e as cotações do biocombustível começaram a subir na usina.

A demanda de hidratado no Brasil cresceu 4,5% em dezembro de 2022 comparado com o mesmo mês de 2021. E a demanda de Ciclo Otto também aumentou 8,2% no mesmo comparativo.

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Em termos anuais, segundo a ANP (Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), o Brasil encerrou 2022 com crescimento de 5,6% no Ciclo Otto, sendo que o consumo de hidratado apresentou queda de 7,5% frente a 2021.

A redução do consumo do biocombustível é proveniente das paridades entre hidratado e gasolina C que permaneceram acima dos 70% em grande parte do ano. Na primeira semana de fevereiro, as paridades nas bombas em SP – maior estado consumidor do biocombustível – estiveram em 74,7%.

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