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Açúcar VHP: prêmios em queda podem demostrar aumento de oferta ou problemas relacionados com a logística

Confira artigo de Anisio Domingos de Souza Filho

Açúcar VHP: prêmios em queda podem demostrar aumento de oferta ou problemas relacionados com a logística

O contrato de açúcar negociado na bolsa de NY fechou em queda de 2,52% na semana passada (leia-se 64 pontos), logo, a queda de NY convertida em reais por saca foi de R$ 5,43 (sacos de 50Kg).

De 23/05 a 30/05 os contratos em abertos para negociação em NY#11 saíram de 387.090 mil contratos para 349.856 mil contratos, ao tempo, que nesse mesmo período os fundos reduziram suas posições compradas de 217.982 mil contratos para 189.286 mil contratos.

Outro ponto de atenção para o mercado de açúcar foram as quedas do prêmio de exportação do VHP, manutenção do prêmio do açúcar branco e a queda dos preços do CBIOS.

Os prêmios de exportação do açúcar VHP caíram cerca de 50% na semana, fechando na última sexta-feira negociados a +15 pontos sobre NY.

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Já os prêmios do açúcar branco, MAX 150IC permaneceram em $87,00 dólares por tonelada, o que de certa forma demostra aperto na oferta desse produto mesmo com a safra 2023/24 andando bem, quando comparada com o mesmo período de 2022.

Voltando ao açúcar VHP, prêmios em queda podem demostrar aumento de oferta ou problemas relacionados com a logística e armazenamento (vale atenção para esse ponto)!

Na semana, o volume de Line-up nos portos brasileiros reduziram de 3.490 mil toneladas para 3.054 mil toneladas, contudo, o único produto à espera de embarque é o açúcar VHP que ainda estará competindo fortemente com os embarques de soja.

Para o mês de junho/23 são esperados o embarque de 6 mil toneladas no Porto de Santos, sendo que o açúcar corresponde por 2,1 mil toneladas, o que ainda pode contribuir para atrasos no cumprimento de contratos de exportação.

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Concorrendo com o açúcar no mês de junho/23, acredito que cerca de 3,9 mil toneladas seja de soja, volume menor que os 4,5 mil toneladas embarcados no mês de maio/23.

No mercado físico, o Indicador ESALQ fechou a semana em leve alta de 0,44%, refletindo o aperto de oferta do açúcar branco.

Já no mercado de câmbio, a semana foi de grande volatilidade devido às incertezas principalmente ligadas aos Estados Unidos e ao teto de dívida americano.

No decorrer da semana, acordos foram aprovados e o temor com uma nova alta de juros nos Estados Unidos reduziram de 65% para 30% até o dia 2 de maio, visto que dois diretores do FED disseram em entrevista que não pretendem aumentar os juros na próxima reunião, que ocorrerá dia 14/06.

Ainda sobre o dólar, dados divulgados pela China mostraram que o PMI Industrial Chines se recuperou em maio, saindo de 49,5 para 50,9, valor acima das estimativas de manutenção em 49,5.

Diante desses e outros fundamentos, o dólar encerrou a semana cotado a R$ 4,9528 (-0,72% na semana).

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Por fim, importante mencionar que a partir de 1º de junho, a nova alíquota de ICMS da gasolina entrou em vigor, colaborando com o aumento dos preços do combustível fóssil, que ainda assim continua mais vantajoso que o etanol nas bombas, o que pode contribuir ainda mais para um MIX açucareiro na atual safra.

Anisio Domingos de Souza Filho é supervisor de compras na Certano Comercial de Alimentos LTDA.

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