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Superávit global de açúcar deverá ser de 4 milhões de toneladas na safra 2023/24

Estimativa é da Consultoria Agro do Itaú BBA

Superávit global de açúcar deverá ser de 4 milhões de toneladas na safra 2023/24

Em seu relatório Agro Mensal, referente ao mês de maio/2023, a Consultoria Agro do Itaú BBA, informa que a safra 2023/24 no Centro-Sul na primeira quinzena de maio apresentou avanço frente ao ciclo anterior. O clima mais seco nos primeiros quinze dias do mês favoreceu a moagem.

A produção de açúcar também foi forte na primeira metade do mês, com 2,5 milhões de toneladas, representando alta de 50,4% versus o mesmo período da safra anterior e com o mix de açúcar chegando aos 48,4%.

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Os maiores volumes de chuvas em 2023 não afetaram as exportações de açúcar. No acumulado de janeiro a abril, o volume embarcado de VHP totalizou 5,1 milhões de toneladas, representando aumento de 1,8% comparado com o mesmo período do ano passado.

O mesmo aconteceu como açúcar branco, que no período citado realizou exportação de 821 mil toneladas versus 768 mil toneladas, 6,9% maior.

“Os maiores volumes de açúcar são embarcados de junho a outubro, porém, neste ano, a grande safra de grãos e o início do fenômeno El Niño podem impactar o fluxo de saída do adoçante do país. No caso dos grãos, as perspectivas de safras recordes de soja e milho podem sobrecarregar o sistema logístico rodoviário e portuário, sendo os maiores volumes de exportação de maio a julho para soja e de julho à outubro para o milho. E caso o El Niño traga mais chuvas, isso pode gerar atrasos nos carregamentos”, aponta o relatório.

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Safra global 2023/24 poderá ter mais açúcar

Com 82% de probabilidade de se iniciar entre os meses de maio a julho, segundo o último relatório da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), o El Niño ainda preocupa, pois pode diminuir os dias úteis para a colheita e a produção de açúcar.

Dado que os preços atuais do açúcar em NY estão acima do custo de produção dos principais países, a expectativa é de que haja aumento da produção do adoçante, sendo que a Consultoria Agro do Itaú BBA estima um superávit global de 4 milhões de toneladas para a safra 2023/24.

No caso da Índia e da Tailândia, a expectativa é de recuperação da produtividade da cana, que foi prejudicada na safra 2022/23. Na Europa, espera-se um aumento de 2 a 3% na área plantada de beterraba.

Arrefecimento dos preços do etanol com aumento da oferta

O aumento da oferta de etanol com o início da safra 2023/24 na região Centro-Sul pressionou os preços de hidratado. Em Paulínia, o combustível fechou em R$ 2,71/l (2/6) sem impostos, representando queda de 8,7% comparado com os últimos 30 dias.

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Segundo o último relatório da UNICA, a produção total da primeira quinzena de maio apresentou alta de 15,2% comparada com o mesmo período de 2022, totalizando 1,9 milhão de m³.

Deste total,1,1 milhão de m³ foi de hidratado e 0,8 milhão de m³ de anidro, representando aumento de 1,3% e 40,5%, respectivamente.

O fim da Política de Paridade de Importação (PPI) da gasolina e início de uma nova política de preço chegou nas cotações da gasolina A. A redução do preço da gasolina A nas refinarias foi de R$0,40/l, o que também influenciou na queda dos preços do hidratado.

O anúncio da nova política de precificação foi feito durante o mês de maio, porém a composição do preço final da gasolina ainda gera dúvidas no mercado. Para o mês de junho, a nova alíquota de ICMS monofásico da gasolina A e anidro carburante entra em vigor, o que pode acarretar aumento de preço da gasolina C ao redor de R$0,20.

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Outro fator importante para se acompanhar no próximo mês, é o fim da Medida Provisória 1.163, que reonerou parte dos impostos federais nos combustíveis. A expectativa é que os impostos federais voltem aos patamares vistos anteriormente à PLP18/22, iniciada em maio/22.

A redução de preço da gasolina começa a chegar às bombas de combustíveis, fazendo com que a paridade nos principais estados consumidores de etanol permaneça acima dos 70%.

No estado de São Paulo, principal consumidor de etanol, a paridade segundo o último levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) está em 72,6%.

Em relação à demanda brasileira, no mês de março – última atualização da ANP – o hidratado apresentou queda de 17,2% comparado com mar/21.

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