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VHP exportação exige cuidados do silo ao navio

O açúcar VHP, exportado como matéria-prima, precisa de alguns cuidados especiais, durante a armazenagem, carregamento e transporte, para a preservação de sua qualidade. Desde o momento em que é acondicionado em silos nas usinas até o carregamento nos navios em terminais de exportação, existem uma série de procedimentos que podem reduzir a contaminação física ou evitar o empedramento do produto, segundo o gerente de pesquisa e desenvolvimento da Cargill Sugar, Pedro Ludovico Lana.

A empresa, que opera o Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá — Teag, em parceria com a Sociedade Operadora Portuária de São Paulo (Grupo Crystalsev, Hipercon e Plínio Nastari Consultoria) preocupa-se em manter um relacionamento com seus clientes voltado para a busca de soluções conjuntas nessa área. “Para minimização dos problemas de empedramento, o Teag (localizado no Guarujá – SP) atua diretamente nos processos de nossos fornecedores, incluindo cozimento, centrifugação, secagem e armazenamento”, exemplifica Pedro Lana. De acordo com o gerente da Cargill, o ideal é o armazenamento do VHP —Very High Pol Sugar na usina, durante 72 horas, em silos de condicionamento, para que ocorra uma troca de temperatura com o ambiente. Esse procedimento ajudaria a evitar o risco de empedramento causado pela umidade excessiva.

Na prática, no entanto, a grande maioria das usinas utiliza o chamado silo de passagem. O açúcar costuma ficar nesse local o tempo necessário para o carregamento dos caminhões que fazem o transporte do produto até os terminais de exportação. Em algumas usinas, o VHP permanece no silo por apenas 24 horas. No caso de empedramento, ocorre um aumento significativo no tempo de descarregamento do produto – no Teag, essa operação tem a duração, em condições normais de quinze minutos. Além de causar prejuízos à logística do terminal – que precisa adotar alguns procedimentos especiais – e da própria usina, o empedramento interfere, negativamente, na qualidade do produto.

Para minimizar as chances de ocorrência desse efeito indesejado no VHP – que é, geralmente, transportado a granel por caminhões caçamba e graneleiro ou comboios ferroviários -, Pedro Lana recomenda alguns cuidados no processo de produção desse tipo de açúcar, para otimizar os resultados de umidade e temperatura final do açúcar. Ele diz que é necessário ajustar vazões de ar frio e quente nos secadores para obtenção de valores baixos de umidade; manter um controle rigoroso no tratamento do caldo em relação a temperatura, com dosagem do caldo com leite de cal à temperatura de 70.C e aumentar a recirculaçào de mel nas massas, visando maior recuperação da fabricação, além de monitorar o cozimento para a obtenção de valores de abertura média próximos a 0,80 mm.

Confira matéria completa na edição de setembro do JornalCana.

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