Mercado

Verticalização do açúcar ainda é pouco explorada

O Brasil é conhecido hoje em todo o mundo como exportador de açúcar semi-acabado, os chamados açúcares brutos. A pergunta que muitos técnicos no assunto fazem é por que não verticalizar ainda mais a produção e exportação de açúcares de melhor qualidade, isto é, completar o serviço e, em vez de vender a granel o demerara ou VHP, vendê-lo acabado, na especificação desejada. Hoje já existe quem atue neste mercado, mas o fato é que as exportações ainda são pouco expressivas. É um mercado considerado mais exigente. Em compensação, muito mais lucrativo.

Apenas no ano passado o Brasil exportou 13 milhões de toneladas de açúcar, totalizando quase US$ 2 bilhões para a balança comercial. Esse valor poderia ser bem maior. É o que afirmam especialistas em mercado internacional. E a meta do Ministério da Agricultura é implantar um amplo projeto para que o agronegócio possa ser implementado em toda a produção agroindustrial que é exportada.

Segundo o ministro Roberto Rodrigues, a agroindústria não pode continuar exportando matéria prima, como o açúcar bruto, o que deixa de criar no Brasil novos empregos, gerando uma renda menor do que poderia. Para agregar valor, o Ministério da Agricultura analisa como serão viabilizados recursos financeiros. “É uma das nossas prioridades”, garante o ministro.

O Brasil hoje exporta em larga escala os açucares VHP e Demerara. Isso representa aproximadamente 70% das exportações. O restante fica para outros tipos de açúcar que alcançam preços até 20% superiores no mercado internacional. “Existe comprador para todo tipo de açúcar lá fora, e tudo é uma questão de opção do empresário do setor”, afirma Getúlio Andrade, consultor da GTCA, especialista também em projetos de modernização de plantas industriais nos casos de melhoria de qualidade de açúcar.

O consultor adverte que “quando falamos que o país como um todo não tem cultura de exportação, falamos especificamente na verticalização da produção e comercialização na produção de açúcar, ou seja, exportar diretamente para os grandes mercados consumidores de açúcares diferenciados como tabletes, pacotes, canudos, balas, etc, o que garantiria uma maior renda”.

Confira matéria completa na edição de abril do JornalCana

Banner Revistas Mobile