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Vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 8,78% a mais que as internas, em outubro

A média mensal, segundo o Cepea, ficou em R$ 156,90 por saca de 50 kg em outubro de 2023, representando aumentos de 3,77% em relação a setembro de 2023

Vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 8,78% a mais que as internas, em outubro

Os valores médios pagos pela saca de 50 kg do açúcar cristal branco continuaram a subir em outubro no mercado spot de São Paulo.

O impulso aos preços internos foi impulsionado pelos elevados níveis das cotações externas do adoçante e pela valorização do dólar. Destaca-se que esse cenário fortalece a vantagem das exportações de açúcar sobre as vendas domésticas no mercado brasileiro.

Além disso, observou-se uma certa resistência por parte dos compradores em negociar a preços mais altos no mercado à vista, mesmo com a oferta restrita de açúcar de melhor qualidade.

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O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) registrou um avanço de 0,93% em outubro, encerrando em R$ 157,19 por saca de 50 kg em 31 de outubro.

A média mensal ficou em R$ 156,90 por saca de 50 kg em outubro de 2023, representando aumentos de 3,77% em relação a setembro de 2023 (R$ 151,20/sc) e de 23,55% em comparação a outubro de 2022 (R$ 126,99/sc), em termos nominais.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA), a moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de outubro teve um aumento de 17,64% em comparação com o mesmo período do ciclo anterior.

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Foram processadas 32,77 milhões de toneladas, contra 27,85 milhões. No acumulado da safra 2023/24 (de 1º de abril/23 a 15 de outubro/23), a moagem atingiu 525,99 milhões, ante 459,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/23, representando um avanço de 14,47%.

A produção de açúcar na primeira metade de outubro totalizou 2,25 milhões de toneladas, um aumento de 22% em comparação com a safra 2022/23, que registrou 1,84 milhão de toneladas. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 34,86 milhões de toneladas, um aumento de 23,65% em relação ao ciclo anterior.

Na região Nordeste, os preços do açúcar permaneceram firmes, com negociações lentas. As usinas deram prioridade às exportações, limitando a oferta do adoçante no mercado interno. Devido ao aumento dos preços, a demanda ficou retraída ao longo do mês.

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Em outubro de 2023, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 155,88/sc de 50 kg, com altas de 5,27% em relação a setembro de 2023 e de 9,34% em comparação a outubro de 2022, em termos nominais.

Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 152,81/sc, com elevações de 2,19% na comparação mensal e de 5,03% na anual, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 153,75/sc, com aumentos de 0,83% e 11,22%, respectivamente.

Segundo a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), as usinas das regiões Norte e Nordeste processaram 20,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24 (até a primeira quinzena de outubro), um aumento de 6,8% em relação ao mesmo período da temporada passada (2022/23). Os números indicam que as usinas têm dado prioridade à produção de açúcar, que atingiu 859 mil toneladas, um aumento de 10% em relação ao mesmo período da safra anterior.

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No cenário internacional, os valores do demerara negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foram sustentados em outubro devido às condições climáticas adversas em várias regiões produtoras de açúcar ao redor do mundo. Na Índia, o déficit nas chuvas de monções levanta preocupações com o abastecimento do produto no país.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Tailândia deve produzir 9,4 milhões de toneladas de açúcar em 2023/24, um volume 15% menor do que o estimado para a safra 2022/23. Há preocupações com os impactos da seca sobre a produtividade dos canaviais do México e dos Estados Unidos.

A partir da segunda quinzena de outubro, as previsões de chuvas no Sudeste brasileiro, que poderiam atrapalhar a colheita de cana-de-açúcar, também deram suporte aos preços externos. Além disso, de acordo com a Archer Consulting, a capacidade limitada de transporte para o escoamento da produção brasileira também pode ter influenciado os valores.

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Problemas como atrasos nos embarques, nomeações de navios e congestionamentos nos armazéns foram observados.

Cálculos do Cepea indicaram que, em outubro de 2023, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 8,78% a mais que as internas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/24 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 103,04/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 69,41/tonelada.

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