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Venda de etanol já soma 53% de todo 2014

Venda de etanol já soma 53% de todo 2014

O desempenho da venda de etanol hidratado no mercado interno surpreende os analistas do setor sucroenergético. Apesar da retração de consumo imposta pela crise econômica do país, as vendas nos postos seguem firmes.

E, no caso do biocombustível, a comercialização segue em ritmo bem acima do registrado nos primeiros meses de 2014.

Os dados abaixo são do Sindicom, o sindicato que representa as distribuidoras de combustíveis. 

As informações oficiais disponíveis até a manhã desta quinta-feira (02/07) são referentes aos cinco primeiros meses de 2015. Os dados de junho estão para ser divulgados.

Segundo o Sindicom, entre janeiro e maio o consumo interno de hidratado somou 4,3 bilhões de litros. O volume surpreende: equivale a 53,7% de todos os 8 bilhões de litros do mesmo etanol consumidos ao longo de 2014.

Se o ritmo de consumo seguir em médios 800 milhões de litros mensais entre junho e dezembro, serão necessários mais 5,6 bilhões de litros. Ou seja, o mercado interno tende a consumir 9,9 bilhões de litros de hidratado neste 2015, caso o consumo mensal médio fique em 800 milhões de litros daqui para a frente.

Etanol: consumo interno em ritmo acelerado
Etanol: consumo interno em ritmo acelerado

Se o consumo mensal ficar em 900 milhões de litros, como ficou em março, abril e maio últimos, a previsão, nos sete meses seguintes, é de um consumo da ordem de 6,3 bilhões de litros. Nesse caso, o consumo de 2015 chegaria a 10,6 bilhões de litros.

O consumo elevado acende uma luz amarela. Existe oferta para atender aos mercados interno e externo, se a previsão da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), feita na segunda quinzena de maio, for cumprida. Conforme a estimativa, o setor produzirá 16,33 bilhões de litros de hidratado, em alta de 6,3% ante a safra 14/15.

As previsões da Unica são para a região Centro-Sul do país. As regiões Norte e Nordeste começam a safra 15/16 a partir de setembro com moagem estimada de 60 milhões de toneladas. No Centro-Sul, conforme a Unica estimou em maio, deverão ser moídas 590 milhões de toneladas.

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Problemas no campo

Apesar da previsão abastada de hidratado, é preciso lembrar que as usinas enfrentam problemas na gestão agrícola. As chuvas de maio tendem a empurrar a safra para dezembro em muitas unidades, caso essas não consigam colher a cana que ficou no campo. E entrar a safra em dezembro é um complicador devido, entre outros motivos, às chuvas, que dificultam o trabalho das colhedoras.

Outro senão é o florescimento da cana à espera da colheita. Não se sabe ainda o grau de afetamento desse fenômeno.

Um terceiro ponto contra a oferta de hidratado é o mercado externo. Como se sabe, alterações na legislação de combustíveis nos EUA favoreceram o etanol brasileiro e, assim, os Estados Unidos, que costumam mandar para o Brasil seu etanol de milho, fizeram o caminho oposto em abril último.

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No geral, entre os vários etanóis (hidratado e industrial, principalmente), o Brasil já exportou 91,1 milhões de litros nos cinco primeiros meses do ano. Apenas em maio, foram 4,1 milhões de litros. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As exportações de etanol são mínimas. Mas essa venda, turbinada pelo dólar alto, deverá seguir nos próximos meses.

Na avaliação de maio, a Unica também estimou em 1 bilhão de litros o volume de hidratado que ficaria no mercado interno com as esperadas reduções das exportações. Esse 1 bilhão está dentro dos 16,6 bilhões de litros previstos para a safra vigente.

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