Mercado

Vatech quer 25% do mercado de PCH

Fornecedora de turbinas para hidrelétricas busca negócios entre as usinas do Proinfa. A Vatech Hidro Brasil, subsidiária do grupo austríaco fornecedor de turbinas para hidrelétricas, pretende conquistar 25% do mercado de pequenas centrais hidrelétricas. Para isso, a empresa tem intensificado sua atuação junto a projetos do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (Proinfa). “Hoje os investimentos em projetos de grande porte estão parados, mas por conta do Proinfa, os negócios nesta área estão começando a se aquecer”, afirmou o gerente de vendas para pequenas centrais da Vatech Hidro, Joel de Almeida.

A empresa já conquistou contratos para três usinas: Piranhas (GO), Mosquitão (GO) e Zé Fernando (MT). Juntas as usinas terão 77 MW de capacidade instalada. Somente a usina de Zé Fernando, cujo contrato foi assinado no final de junho, deverá receber investimentos de R$ 120 milhões.

A Usinas Elétricas do Oeste (Geraoeste), responsável pela Zé Fernando, fechou um contrato de R$ 102 milhões para o fornecimento do contrato no modelo EPC (Engeneering, Procurement&Construction), com um consórcio liderado pela Construtora Norberto Odebrecht, com a participação da Vatech e da Intertechne Consultores.

Financiamentos

Para Almeida, a maior dificuldade no fechamento do contrato é a obtenção do financiamento junto ao BNDES. “Há um gargalo na obtenção de financiamentos, por conta disso houve uma postergação nas datas de entrada em operação das usinas, de dezembro de 2006 para julho de 2007”, disse.

Ele admitiu que a flexibilização na exigência das garantias e o aumento do volume de recursos disponibilizado por projeto (de 70% para 80% do total de investimento) facilitaram a negociação dos financiamentos, mas ressaltou que ainda seriam necessárias algumas alterações por parte do banco de fomento. “Deviam permitir o equity pari passu com o financiamento”, defendeu.

De acordo com o chefe do departamento de energia elétrica do BNDES, Nelson Siffert, a exigência de aporte de equity antes do desembolso do banco é apenas para os empreendedores que não tenham demonstrado claramente capacidade de aplicar recursos próprios. “Para os projetos que aprovamos até agora não exigimos o equity antecipado”, afirmou.

Ele descartou qualquer nova mudança nas condições de financiamento, que hoje permitem empréstimo de até 80% do volume total do investimento, com carência de 18 meses, e 12 anos para amortização, com spread de 3,5% mais TJLP. “O equity antecipado já é uma flexibilização, pois de outra forma os projetos não teriam viabilidade”, disse.

Para Siffert, o esforço, agora, deve ser feito por parte dos empreendedores. “Já fizemos a nossa parte, agora eles devem buscar rearranjos na estrutura societária e jurídica que possibilitem o financiamento .

Atualmente, das 63 PCH contratadas pela Eletrobrás, dentro do âmbito do Proinfa, o BNDES tem em carteira 4 projetos, que totalizam R$ 254,9 milhões. No total, essas usinas exigirão aproximadamente R$ 344 milhões. Outros 16 projetos, cujos investimentos totais somam R$ 1,2 bilhão, estão em fase de aprovação e contratação. A expectativa do banco é aprovar esses os projetos em no máximo dois meses.

Siffert também ressaltou que o BNDES não é o único a financiar projetos do Proinfa. Segundo ele, o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil já aprovaram, juntos, o financiamento de cerca de 10 projetos.

kicker: Para empresa, gargalo na obtenção de financiamento junto ao BNDES prejudica o fechamento de contratos

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