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Valor do MW poderá atrapalhar investimentos em cogeração

Após o anúncio da regulamentação do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia e do preço pago pelo MW cogerado, R$ 97,33, o setor sucroalcooleiro poderá investir menos em cogeração.

De acordo com Romero Rego, gerente de marketing da Koblitz, especializada no fornecimento de sistemas interligados de energia, se o valor pago pelo MW cogerado fosse o esperado, em torno de R$ 105,00, haveria uma grande tendência das usinas pularem uma etapa no investimento em tecnologia das caldeiras, que deveriam passar dos 21 kgf/cm² para 63 kgf/cm², triplicando a capacidade de cogeração. “Este investimento seria bem mais caro. Com esta realidade, as usinas deverão investir em tecnologia intermediária, ou seja, passar dos 21Kgf/cm² para os 42 kgf/cm², o que representa uma perda de 50% de energia cogerada. Isto significa que as usinas perderão em eficiência, haverá redução de investimentos em cogeração e o País perde, porque poderíamos ter tecnologia de países de 1° mundo”, explica.

Segundo Romero, se as usinas investissem na tecnologia de ponta, haveria uma economia de 22% no uso do bagaço. “Por exemplo, uma unidade seria capaz de cogerar 1MW com a tecnologia de 42 kgf/cm² e com a de 63 kgf/cm², poderia cogerar 1,55 MW”, afirma.

Afrânio Tavares da Silva, diretor de projetos da Usina Cucau, confirma que os empresários do setor esperavam um valor maior pelo MW cogerado. “Se fôssemos comparar com o valor normativo estabelecido há dois anos pela Aneel, corrigido, o valor pago pelo MW cogerado deveria ser pelo menos 20% superior. Na atual situação, os investimentos ficam mais difíceis. Acho que as usinas deveriam receber um estímulo mais forte do governo”, enfatiza.

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