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Usinas ampliam investimentos em produtos biológicos

Pesquisa aponta que produtos de matriz biológica movimentaram US$ 827 milhões no ciclo 2022/23

Usinas ampliam investimentos em produtos biológicos

Na busca por soluções agrícolas mais sustentáveis, os produtos de matriz biológica emergem como alternativas eficazes no controle de pragas. Uma pesquisa conduzida pela FarmTrak Bioinsumos, da Kynetec, revelou que a utilização desses produtos movimentou US$ 827 milhões no ciclo 2022/23.

Os resultados da pesquisa destacam que bionematicidas e bioinseticidas lideraram o mercado, cada um com 35% de participação e vendas de US$ 291 milhões e US$ 286 milhões, respectivamente. Em seguida, os bioinoculantes representaram 17% do total, totalizando US$ 140 milhões, enquanto os biofungicidas ficaram em quarto lugar, com 13% do mercado ou US$ 111 milhões em vendas.

A edição da pesquisa safra 2023/24 está na fase conclusiva. A expectativa é a de que esse mercado ultrapasse US$ 1 bilhão em vendas, conforme destaca o especialista em pesquisas da Kynetec, Lucas Alves.

O Brasil desponta como líder na adoção de bioinsumos, de acordo com Reginaldo Minaré, diretor executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBIns), que apontou que cerca de 10% da área brasileira já utiliza esses produtos para o controle de pragas, equivalente a aproximadamente 10 milhões de hectares. Minaré também destacou o impacto econômico positivo para os agricultores, observando uma redução significativa nos custos de produção.

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Ricardo Assmann

De olho na sustentabilidade e nos benefícios econômicos, as usinas do setor bioenergético também vêm direcionando investimentos na aplicação desses produtos em seus canaviais.

Rogério Inácio Viana, coordenador de processo agrícola na SJC Bioenergia, compartilhou que desde 2021 a empresa não utiliza produtos químicos para controlar a cigarrinha em seus canaviais, alcançando economias significativas e resultados agronômicos satisfatórios. “Estamos indo para a terceira safra com o manejo 100% biológico dessa praga e estimamos uma economia na casa de R$ 20 milhões por ano, sem a utilização do produto químico”, informou Viana.

Durante participação no evento “Dia de Biofábrica” recentemente organizado pela Allbiom Inteligência em Bioprocessos, empresa fabricante de equipamentos e desenvolvimento de bioprodutos, ele disse à reportagem do JornalCana que a companhia também investe em uma biofábrica para a produção de fertilizante foliar e planeja expandir para a produção em escala industrial.

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Rogério Inácio Viana

Na ocasião, William de Oliveira Leme, supervisor na área de pesquisa e desenvolvimento da Zilor Biorigin, informou que, embora conte com uma biofábrica, a empresa planeja implantar uma unidade de produção para atender à crescente demanda por biofertilizantes. “A nossa intenção hoje aqui na Allbiom é estar acompanhando esse mercado que está crescendo bastante, que é o de biofertilizantes, tanto para cana de açúcar, como para outras culturas”, afirmou.

Direcionando seus serviços para o mercado bioenergético.

Os participantes do evento organizado pela Allbiom foram conduzidos pelas instalações da empresa, começando pelo laboratório e depois na indústria onde são produzidos os biorreatores, de modo que os convidados pudessem conhecer os processos seguidos no local. O evento contou também com a palestra “O panorama atual dos biológicos na agricultura”, do pesquisador Fábio Paulino.

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William de Oliveira Leme

Fundada em Cajuru – SP, com atuação no Brasil e também outros países da América Latina, a Allbiom oferece soluções para o controle dos bioprocessos laboratoriais e industriais, como também consultoria, fabricação de equipamentos e desenvolvimento de bioprodutos.

Com um faturamento estimado em cerca de R$ 50 milhões para 2024, a empresa está agora direcionando seus esforços para ingressar no mercado bioenergético. O CEO da Allbiom, Ricardo Assmann, observa um crescente interesse dos produtores, especialmente no setor canavieiro em relação ao uso de bioinsumos. Ele destaca os benefícios desses produtos para aumentar a produtividade, reduzir custos e obter certificações, evidenciando a demanda crescente por soluções bioenergéticas.

Em fevereiro, a empresa inaugurou uma filial em Sorriso – MT, com o objetivo de

facilitar o relacionamento com quem faz parte do ecossistema do agronegócio, com a manutenção do relacionamento com produtores, cooperativas e indústrias.

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“Nossa filial nasce grande, com capacidade de produzir até um milhão de litros de insumos biológicos por ano, e o espaço físico será utilizado de diversas formas, como para receber nossos amigos e clientes e também promover cursos profissionalizantes e workshops”, explicou o CEO da empresa.

Além disso, a inauguração da filial possibilita a realização de eventos educativos e promocionais, como o Allbiom Academy, que ocorreu pela primeira vez em Sorriso e já conta com várias edições realizadas na sede, em Cajuru – SP. Neste contexto, a companhia realiza anualmente também, o evento “Allbiom Day”, que serve como uma plataforma para compartilhamento de conhecimento e networking entre profissionais do setor, com destaque para cursos práticos de fabricação de bioinsumos.

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CanaBio tratará dos principais cases envolvendo o uso de biológicos

O mercado de produtos biológicos está em ascensão, impulsionando mudanças significativas no controle de pragas e manejo do solo. Para conhecer as últimas novidades e avanços no setor, o CanaBio 2024 está previsto para os dias 19 e 20 de junho, em Ribeirão Preto – SP, proporcionando um ambiente de compartilhamento de conhecimentos e experiências sobre o manejo biológico, orgânico e sustentável da cultura canavieira.

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