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Usina do RS negocia créditos de carbono com Japão

A Jaguari Energética S/A, que opera a pequena central hidrelétrica (PCH) Furnas do Segredo (RS), negociou a venda de 16.875 toneladas de Certificação de Emissão Reduzida com a japonesa The Chugoku Eletric Power. A venda se refere aos créditos de carbono apurados no período de outubro de 2005 a setembro de 2006 pela geradora, controlada em 88% pela Guascor do Brasil, de origem espanhola, com participação de 12% da estatal gaúcha Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).O contrato foi feito em outubro do ano passado e o departamento da Organização das Nações Unidas (UNFCCC) responsável por aprovações de projetos do gênero emitiu o crédito em dezembro, recordou o gerente da Jaguari Energética, Gustavo Mattos. Por exigência da compradora, que negocia outros projetos no País, o valor da venda não foi divulgado. A usina foi construída na década de 1960, mas estava parada. A Guascor formou parceria com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) para colocá-la em operação.O projeto de aproveitamento dos créditos de carbono foi feito pela consultoria brasileira EcoInvest Carbon. Depois desta etapa, foi enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) e verificado por uma avaliadora independente. A negociação é concluída quando a ONU transfere os créditos ao comprador, explicou Mattos. A venda de créditos foi possibilitada pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), decorrente do Protocolo de Kyoto.Pelo acordo, os países do anexo 1 do protocolo assumem o compromisso de reduzir em 5% as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2012, em relação ao patamar de 1990. Adicionalmente, o MDL prevê que países deste anexo pode financiar projetos em nações em desenvolvimento que ajudem na redução de emissões e receber créditos por isso.A Guascor opera no Brasil desde 1997 e conta com 71 usinas termelétricas no Pará, Rondônia e Acre. As unidades têm capacidade instalada aproximada de 180 Megawatts e não estão conectadas ao sistema nacional interligado. As geradoras são movidas a diesel e a Guascor estuda o possível uso de biodiesel.

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