Mercado

Unica quer disputar construção de alcoolduto com PETROBRAS

O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou que estão adiantados os planos das usinas para a construção de um alcoolduto ligando Paulínia a São Sebastião, em São Paulo, para escoar a produção do combustível ao mercado externo.

O projeto seria concorrente ao da Petrobras , que pretende fazer um alcoolduto desde Goiás até São Paulo, passando por Paulínia e indo para seu terminal em São Sebastião.

“A Petrobras tem seus projetos de pipeline, nós temos os nossos projetos, eles querem implantar os deles e nós queremos implantar o nosso…mas só cabe um, eu acho que eu vou ganhar”, disse o executivo, prevendo disputa com a estatal.

Segundo ele, apesar da expansão na produção de álcool, ainda não há mercado suficiente para permitir a construção de dois alcooldutos no mesmo trecho.

Segundo um especialista do mercado de açúcar e álcool, que pediu anonimato, Cosan , Coopersucar e Crystalsev seriam as empresas à frente do projeto do alcoolduto, que já deixou a fase de estudos prévios e agora está em projeto.

O financiamento seria totalmente privado, levantado por uma sociedade para fins específicos que será criada.

Carvalho disse acreditar que o projeto da Unica é melhor estruturado do que o da Petrobras, uma vez que o alcoolduto da entidade que reúne as usinas passaria por regiões de grande produção atualmente.

“Nosso projeto não começa em Senador Canedo (GO), como o da Petrobras, lá não tem produto para alimentar esse pipeline. Só vai ter daqui a 25 anos”, disse.

O alcooduto da Unica tem previsão de transportar 5 bilhões de litros de álcool na primeira fase, com possível expansão para mais 5 bilhões de litros. O investimento previsto é de 450 a 500 milhões de dólares, informou Carvalho.

O dirigente afirmou que o mercado para o álcool vai continuar crescendo bastante também internamente, estimulado pelo lançamento em breve de motores mais eficientes do ponto de vista de consumo, o que deixará o combustível renovável ainda mais econômico em relação à gasolina.

Ele citou pelo menos duas montadoras, Honda e Toyota, que estão desenvovendo motores híbridos (álcool e/ou gasolina) de nova geração.

“O objetivo do álcool é ganhar espaço da gasolina”, afirmou, acrescentando que o combustível derivado do petróleo deverá em breve registrar excedentes que terão de ser exportados.

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