Mercado

UE descumpriu decisão da OMC, critica Jank

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), maior organização representativa do setor de açúcar e bioetanol do Brasil, criticou o fato de a União Européia ter descumprido a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) e ter exportado, em 2010, 500 mil toneladas acima do limite permitido de açúcar subsidiado, de 1,27 milhão de toneladas.

“Foi um rompimento unilateral e achamos que, ou a Europa volta atrás, ou o caminho seria um contencioso de implementação, o que duraria dois ou três anos”, afirmou Marcos Jank, presidente da Única.

Pascal Lamy, secretário-geral da OMC, sua vez, pregou consenso entre Brasil e Europa nessa questão.

Durante visita pela região de Ribeirão Preto, a mais tradicional produtora de cana do País, o secretário-geral da OMC conheceu o que há de mais moderno no processo produtivo de açúcar e álcool. Foi poupado, portanto, de ver a colheita manual da cultura, duramente criticada pelos contrários à sustentabilidade do etanol, e conheceu apenas a colheita mecanizada.

Na visita, Lamy foi informado que não há desmatamento para o avanço da cana, cultura que ocupa a área de outras lavouras, segundo Jank, da Unica. Lamy ainda plantou, em uma área da São Martinho, um pé de pau-brasil e visitou a fazenda Santa Isabel, em Guariba (SP), de propriedade do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

Rodada Doha. No sábado, em Brasília, o secretário-geral da Organização Mundial do Comércio afirmou que, apesar do ambiente político desfavorável à retomada das negociações da rodada Doha, o cenário econômico mostra que os EUA a União Europeia e o Japão saturaram as possibilidades de impulsionar seus mercados internos e irão precisar do comércio internacional para funcionar como motor do processo de recuperação econômica.

Diante dessa situação, Lamy considera possível que as negociações da rodada de liberação do comércio sejam reiniciadas ao final da cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), que se dará em novembro em Seul, na Coreia do Sul.

A culpa americana

CELSO AMORIM MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DO BRASIL

“Se os Estados Unidos tivessem contribuído para a conclusão da

rodada Doha em julho de 2008, não enfrentariam este problema do algodão e estariam se beneficiando de abertura comercial a seus produto. Eu espero que a moeda caia para as pessoas que tomam as decisões nos Estados Unidos”.

Banner Revistas Mobile