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Transporte de cargas da ALL cresce 30%

O volume de cargas transportado pelos trens da América Latina Logística (ALL) em sua região de abrangência, que inclui Bauru, registrou aumento de 30% no primeiro bimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2007. Foram 50,6 milhões de toneladas em 2008 contra 35,8 milhões no ano anterior.

O trecho da Unidade de Produção (UP) de Bauru engloba a linha férrea de Jupiá (SC) a Iperó (SP), mais o ramal de Bauru e Tupã e de Itirapina a Bauru, totalizando aproximadamente 1.150 quilômetros. Entre os produtos que lideram a lista dos mais transportados estão combustíveis, minério, açúcar, farelo de soja e milho.

A empresa projeta crescimento de até 14% durante o ano em sua malha ferroviária. Devido a restrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não é possível informar projeções específicas por UP. Toda empresa com capital aberto (ações em bolsa de valores) têm que obedecer os critérios de divulgação estabelecidos pelo órgão.

Neste ano, a ALL pretende investir R$ 35 milhões em toda a região de abrangência da UP de Bauru. Serão substituídos 80 mil dormentes e 20 mil metros de trilhos e utilizados oito mil metros cúbicos de pedra britada, realizando o nivelamento mecanizado de 120 mil quilômetros e a capina química de 2,8 mil quilômetros de linha.

Além disso, a ALL está investindo na troca de perfil de trilho (passará de perfil 37 para 45) em 12 mil metros de via, o que aumenta a capacidade da linha na região de Agudos. Não há previsão de expansão de linhas.

Em 2007, a ALL investiu mais de R$ 9 milhões na UP de Bauru. O investimento mais pesado foi em troca de dormentes (50 mil). A empresa investe principalmente em manutenção, aumento da capacidade da via e tecnologia para garantir segurança no transporte.

Reforma

De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa, a ALL dará seqüência neste ano ao Programa de Recuperação de Vagões e Locomotivas. A previsão é que sejam reformados ou transformados 1.060 vagões e 50 locomotivas, além da compra de 250 vagões tanques. “O objetivo é aumentar o número de ativos disponível e melhorar a operação ferroviária”, explica Rodrigo Gomes, gerente de vagões da ALL.

Quando a empresa assumiu o controle das ferrovias Ferroban, Ferronorte e Novoeste, no final de maio do ano passado, encontrou 42% dos vagões sem possibilidade de uso. Eram 5,3 mil vagões parados em oficinas e ao longo do trecho administrado que aguardavam peças para manutenção, ou ainda, por estarem acidentados e esperando reparos.

Para 2009, está prevista a troca de 32 mil toneladas de trilhos e 850 mil dormentes, além da instalação de 500 detectores de descarrilamentos – acidentes desse tipo ocorreram algumas vezes no ano passado.

Maior empresa de logística da América Latina e companhia ferroviária do Brasil, a ALL possui uma malha de 20.495 quilômetros de extensão, que abrange os Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e as cidades de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza, na Argentina. Opera uma frota de mil locomotivas e 29,5 mil vagões, além de cerca de 1,4 mil veículos entre próprios e agregados. (Gabriel Ottoboni)

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