Mercado

Transpetro terá novos comboios para hidrovia

A Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobrás, lançará em fevereiro uma licitação para contratar 20 comboios com barcaças e empurrador para o transporte de etanol pela hidrovia do Tietê, no Estado de São Paulo. Os contratos devem ser assinados ao longo deste semestre e as embarcações, entregues a partir de 2013. A Transpetro não confirma os valores, que o mercado estima em cerca de US$ 200 milhões. Até o final de junho, a empresa também deve lançar a terceira fase do Programa de Renovação e Modernização da Frota (Promef), desta vez voltado para embarcações de grande porte que vão transportar o óleo produzido no pré-sal da Bacia de Santos.

O modelo de licitação dos comboios seguirá os moldes das duas primeiras etapas do Promef, que já encomendou 49 navios petroleiros de diferentes tipos e alcançou um volume de investimentos próximos a U! S$ 5 bilhões. Por ser um valor bastante menor, este pacote já vem sendo chamado de “Promefinho”. “O programa repete a inovação no setor, que conseguimos promover quando encomendamos navios petroleiros para serem construídos no Brasil, pela primeira vez depois de 20 anos”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

A exemplo do que ocorreu com o Promef, nesta licitação também serão aceitos estaleiros virtuais, ou seja, que não tenham estrutura física instalada. A ideia é que apenas um estaleiro vença a licitação e leve todas as obras que deverão ser feitas simultaneamente. “Apesar de hoje existirem vários estaleiros com condições de fazer essas barcaças, nenhum poderia fazer esse volume de embarcações no prazo que desejamos”, disse.

Para Machado, há tendência de que um novo estaleiro se instale na beira do rio Tietê para atender as encomendas, ou ainda que algum grupo se associe a um dos pequenos estaleiros já existentes na região, para promover uma modernizaç! ão que o capacite para a obra. “Temos vários grupos interessados nessas encomendas”, garantiu.

COMPOSIÇÃO

Cada comboio será composto de quatro barcaças e um empurrador, com capacidade para transportar 7,2 milhões de litros. Comparativamente, segundo a Transpetro, este é o melhor sistema logístico para levar o etanol produzido na região Centro-Oeste e Sudeste à costa para ser exportado. O modal hidroviário gasta em torno de quatro litros de combustíveis para carregar uma tonelada do produto a cada mil quilômetros, enquanto por via férrea seriam seis litros, e por via rodoviária, 15 litros. Além disso, para transportar o mesmo volume de um comboio seriam necessários 86 vagões em um trem, ou 172 carretas de caminhão.

Machado lembrou que a hidrovia Tietê está sendo pouco aproveitada hoje em dia: da capacidade total de 20 milhões de toneladas de carga por ano, apenas 5,1 milhões são efetivamente carregados por este modal. A expectativa é de que até quatro bilhões de l! itros de etanol sejam transportados via hidrovia.

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