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Transpetro inicia programa para renovação de frota

A Transpetro partiu para a compra de aço no exterior a fim de garantir a construção dos 26 navios da primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse ontem (4) no canteiro de obras do Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, que a primeira carga, de 19 mil toneladas, virá da Ucrânia com custos mais baixos que os das siderúrgicas brasileiras.

Alegando que as negociações continuam para fechar a compra de outras 12 mil toneladas, Machado não revelou o nome da fornecedora, nem o valor ou o percentual de diferença entre o aço ucraniano e o nacional e assegurou que a Transpetro quer comprar aço no Brasil, mas não a qualquer preço. “Queremos estimular a cadeia do aço, mas decidimos garantir competitividade aos estaleiros”, afirmou.

Para Machado, as empresas brasileiras são competitivas já que exportam 20% da sua produção e não faz sentido não usar isso para tornar a cadeia mais competitiva e concorrer à compra do restante das 420 mil toneladas de aço que a Transpetro previstas para a primeira fase do Promef. Mesmo que todo o aço seja adquirido no exterior, segundo ele, será mantido o compromisso do programa de nacionalização de 65% dos insumos do navio.

A primeira carga é destinada ao Atlântico Sul, que demandará 240 mil toneladas de aço para construir dez navios Suezmax. Ela deve chegar a Pernambuco no final de julho, levando o início do processamento do aço para agosto. Segundo fontes do setor naval, o aço foi adquirido pela Transpetro à siderúrgica Azozstal, pertencente à holding Metinvest.

Sem marcar data, o presidente da Transpetro disse que a segunda etapa do Promef poderá ser licitada ainda este ano, com no mínimo 16 navios mais dois VLCCs e outro para etanol, e que a terceira, depende dos avanços das análises da Petrobras. “Começamos com uma visão antes da descoberta do pré-sal da Bacia de Santos e a terceira fase será pós pré-sal”, afirmou.

Machado participou da doação do Centro de Treinamento Francisco C. E. Vasconcelos, construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, ao Governo de Pernambuco. No Centro foram investidos R$ 3 milhões em instalações e máquinas modernas da indústria naval para formação de mão-de-obra local que já está trabalhando no Estaleiro.

No mesmo evento, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinou com a Petrobras e a americana Oxbow um protocolo de intenções para a instalação de uma unidade de processamento de coque de petróleo vizinha à Refinaria Abreu e Lima que está sendo construída em Suape.

A Oxbow quer investir US$ 27,5 milhões no projeto que, diz o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, deve ser estudado em seis meses. Hoje, o Brasil demanda dois milhões de toneladas de coque e poderá, com a unidade, sair da condição de importador para exportador.

Costa revelou ainda a decisão da Petrobras de ampliar a produção da sua unidade no Rio Grande do Norte, onde são produzidos GLP, querosene de aviação e diesel. Entre maio e junho será implantada a unidade para produção de gasolina. (Etiene Ramos)

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