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Variedades ampliam ganhos

Produtores da região central de Minas Gerais já colhem os resultados de um projeto desenvolvido para melhorar a qualidade e a produtividade das culturas de cana-de-açúcar no Estado. Os números positivos fazem com que o projeto seja estendido para outros municípios já a partir deste mês. Edílson Fernandes Miranda, da propriedade Morada das Águas, conta que o rendimento em sua lavoura aumentou em até 30% com as novas variedades de mudas testadas. “Agora chego a colher durante sete meses por ano, quando o normal é a colheita durar apenas cinco meses. Só aí já é um retorno muito grande”, afirma o produtor, que utiliza a cana para produção de cachaça e alimentação do gado.

Edílson é um dos 40 agricultores que aderiram aos testes na região de Sete Lagoas, com orientação técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Ele aponta ainda outras vantagens das mudas melhoradas, como teor de açúcar elevado e facilidade no manejo, o que reduz os custos da plantação. Além disso, estão chegando aos produtores com preço 25% abaixo das convencionais.

O projeto de avaliação e produção de novas mudas de cana-de-açúcar foi implantado em 2002 em Prudente de Morais, município próximo a Sete Lagoas, pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com o objetivo de disseminar variedades melhoradas. A parceria com a Emater-MG vem permitindo que as plantas saiam do centro de pesquisa e passem a ser testadas diretamente pelos produtores rurais.

EXPANSÃO No viveiro de Prudente de Moraes, a produtividade supera as 100 toneladas por hectare, cerca de 25% superior à média do Estado. A exemplo do trabalho desenvolvido lá, a Emater-MG e a Epamig são parceiras na instalação dos novos projetos, com o mesmo objetivo: avaliação, produção e distribuição de mudas de cana-de-açúcar de variedades melhoradas.

Nesta segunda etapa, serão implantados viveiros experimentais em Minas Novas (Jequitinhonha), Felixlândia, Pitangui, na região Central, e São João del Rei, no Campo das Vertentes. Em seguida, os produtores dessas regiões serão estimulados a plantar as novas mudas em suas propriedades, para que seu comportamento seja avaliado no campo.

O coordenador técnico da Emater-MG em Sete Lagoas, Walfrido Machado, explica que a pesquisa dessas novas variedades é importante para orientar os produtores a buscarem o tipo de muda mais adequado ao tipo de solo de sua propriedade e para o uso que se fará da cana – alimentação de bovinos, produção de rapadura, melado, açúcar mascavo ou cachaça. “Orientamos também os produtores quanto à análise do solo, para que façam a correção e a adubação adequadas”, informa.

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