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Unialco alia-se à Colômbia e Guatemala para nova usina

O grupo Unialco, com duas usinas de açúcar e álcool no Centro-Sul, confirmou ontem (dia 1º ) parceria com grupos da Colômbia e da Guatemala para a construção de uma usina de açúcar e álcool no oeste de São Paulo. A nova unidade será construída em Suzanópolis (SP) e deverá receber investimentos da ordem de R$ 80 milhões na área industrial, segundo Luiz Guilherme Zancaner, presidente do grupo Unialco.

“Os grupos Manuelita, da Colômbia, e Pantaleón, da Guatemala, vão criar uma empresa, que deterá 50% de participação nesta usina”, afirmou Zancaner. O grupo Unialco terá o controle dos 50% restantes.

A parceria com o grupo colombiano já estava em andamento há dois anos. “Houve interesse do grupo da Guatemala nesses últimos meses para também entrar no empreendimento”, disse Zancaner. O empresário, que também preside a Udop (União das Destilarias do Oeste Paulista), região que tem recebido investimentos para a construção de novas usinas, informou que é a primeira vez que grupos sul-americanos e centro-americanos fazem investimentos no setor sucroalcooleiro no país.

A nova usina deverá ser construída no fim deste ano. Zancaner disse que o início das obras ainda depende da liberação da licença ambiental. A unidade deverá iniciar suas operações em 2008/09, com processamento de 1,2 milhão de toneladas de cana. “A expectativa é aumentar a capacidade para 2 milhões de toneladas em cinco anos, dependendo das condições de mercado.”

A usina deverá processar 40% de cana de fornecedores terceirizados da região oeste de São Paulo, informou Zancaner. Mas essa parceria ainda não foi fechada com os fornecedores.

Fundado no início da década de 80, estimulado pelo Proálcool, o grupo Unialco tem uma usina de açúcar e álcool em Guarapapes, com moagem de 2,1 milhões de toneladas, e outra unidade produtora em Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul. O faturamento do grupo está estimado em R$ 200 milhões.

Segundo Zancaner, pesou na decisão de fechar parceria com esses dois grupos o fato dessas companhias já terem tradição no setor açucareiro em seus países.

O grupo Manuelita processa cerca de 3 milhões de toneladas de cana por safra, com unidades na Colômbia e também no Peru. “O grupo colombiano também atua no processamento de óleo de palma”, disse Zancaner. A guatemalteca Pantaleón, que também tem forte atuação na área imobiliária, tem três usinas de açúcar e álcool, duas delas na Guatemala, que processam juntas, cerca de 4,8 milhões de toneladas, e uma unidade na Nicaragua, com moagem de 2,5 milhões de toneladas por safra.

Os grupos sucroalcooeleiros sul-americanos e centro-americanos, assim como no Brasil, estão passando por um processo de concentração, de acordo com fontes de mercado.

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