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Software 3D revoluciona Grupo Dedini

Os projetos assistidos por computador têm tido papel decisivo na evolução da indústria mecânica e metalúrgica em todo o mundo. Nesse processo de informatização, o passo mais avançado é o uso de softwares de simulação tridimensional.

Exemplo brasileiro dessa tendência é a decisão do Grupo Dedini de adotar o SolidWorks 3D como software padrão para o desenvolvimento de seus projetos mecânicos.

É bom lembrar que os softwares tridimensionais revolucionaram os sistemas de CADCAM (de Computer-Aided Design e Computer-Aided Manufacturing), permitindo significativo avançona qualidade ena produtividade da indústria mecânica, não apenas na fase de projeto como nas de fabricação de peças e de montagem de estruturas de quaisquer dimensões.

Como uso do SolidWorks 3D, incorporam-se aos projetos computadorizados todos os recursos de visualização do desenho em três dimensões (3D), mesmo em PCs de mesa.

Para melhor compreender esse avanço no Brasil, vale a pena colher o testemunho da Dedini Indústrias de Base, de Piracicaba, que produz e exporta equipamentos e plantas completas de cervejarias, energia, sucos e fertilizantes, peças fundidas, papel e celulose. As usinas que esse grupo forneceu são responsáveis pela produção de 80% do álcool no País. Seus diretores lembram que a empresa nasceu em 1920 de uma pequena oficina para consertar carroças e ferramentas agrícolas.

META: QUALIDADE

Para a Dedini, tomar a decisão de adotar um software tridimensional foi um longo processo de análise, em especial porque sua introdução teria que ser feita gradualmente, em paralelo com o uso de outras tecnologias adotadas tradicionalmente em seus projetos.

Mas as grandes vantagens do software 3D acabaram convencendo a empresa a implantar a nova tecnologia, que torna tudo mais fácil e mais preciso, inclusive no tocante à complexidade das montagens e instalações, permitindo não apenas a visualização mais rápida e correta do labirinto de tubulações, como também maior precisão nas dimensões de todas as peças a serem produzidas.

Outro objetivo era dispor de novas técnicas que assegurassem melhor relação custo/ benefício e eliminassem a maioria dos problemas de montagem de campo, de correntes da grande diversidade de especificações de seus clientes. “Diante dessas exigências – diz o superintendente Sergio Barreira, da área de inoxidáveis da Dedini – o grupo industrial se convenceu da necessidade de ferramentas mais avançadas.”

Nesse processo, a Dedini está modernizando seu parque de informática, com a aquisição de novos servidores, computadores desktop e ferramentas do chamado planejamento de recursos empresariais (Enterprise Resources Planning ou ERP), além de criar novas parcerias no segmento de comunicação de dados e voz.

Nesse projeto de informatização, a empresa investe 5% de seu faturamento, superior a R$ 400 milhões.

Introduzir novos métodos e tecnologias é algo que exige planejamento e precisa ser testado com segurança em qualquer grande empresa. Assim também foi feito na Dedini, a partir de um projeto-piloto para conhecimento e preparação dos profissionais que agora operam o SolidWorks 3D, adotado como software padrão. Segundo o gerente de tecnologia da informação Donato Penatti, as etapas que antecederam a introdução das inovações foram desde a apresentação da solução, execução do projeto-piloto e avaliação da nova realidade, por engenheiros e projetistas, no tocante à cobertura de necessidades, facilidade de operação, assistência e suporte técnico, visitas à SolidWorks, na sua condição de fornecedor dessas ferramentas, ouvindo os clientes dessa empresa e avaliando as situações de uso efetivo dos softwares, além de estudar questões econômico-financeiras, com o preço e relação custo benefício.

A empresa optou pela SolidWorks após a inauguração da primeira estação de biodiesel a partir de ácidos graxos do Brasil, em Belém do Pará. “Ficou evidente – explica Penatti – que, com o software 3D, poderíamos assegurar maior precisão aos projetos, o que garante menor número de devolução de tubos e outros materiais.”

A estação de biodiesel brasileira foi fornecida pela Dedini em abril, ao Grupo Agropalma, de Belém, com tecnologia desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. A usina pode produzir 8,5 milhões de litros de biodiesel por ano, utilizando como matéria prima o óleo de palma.

O DESAFIO HUMANO

As próximas etapas incluem a obtenção de maior produtividade das diversas engenharias, a redução do tempo de elaboração dos produtos e dos gastos com retrabalho, utilizando-se a simulação do processo de montagem em campo, ainda durante a fase de projeto.

Não se pode minimizar também o desafio do desenvolvimento e do treinamento das equipes de projetistas. É toda cultura profissional e industrial que se introduz, nesse processo de modernização do grupo brasileiro.

Um dos exemplos de resultado direto desses avanços foi o fornecimento de uma cervejaria inteira para Ambev, na República Dominicana, cuja montagem alcançou grau máximo de precisão, eliminando totalmente as perdas de tubulações e outros materiais.

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