Mercado

Renováveis crescem 23,5% em uma década

Renováveis crescem 23,5% em uma década

A participação de fontes renováveis no setor de transportes evoluiu 23,5% em uma década.

Em 2008, biocombustíveis como o etanol e o biodiesel tinham participação de 18,7% das fontes empregadas. Dez anos depois, passaram a ocupar fatia de 23,1%.

Esse percentual equivale a um aumento de 8Mtep entre 2008 e 2018, segundo a Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis produzida pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia.

Conforme o estudo, o etanol possui papel fundamental neste crescimento, adicionando cerca de 10 bilhões de litros de gasolina equivalente no consumo carburante do ciclo Otto quando comparados os anos de 2008 e 2018.

Grande parte foi motivada pelo êxito na introdução de veículos flex fuel, majoritários na frota total de veículos leves em 2018, assim como, pelo mandato de adição de etanol anidro na gasolina C.

O consumo acumulado do etanol carburante, no período 2008-2018, foi de 218 bilhões de litros.

O avanço do etanol confirma a posição de destaque do Brasil na produção e uso de biocombustíveis.

Ao longo dos dez anos da Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis, políticas públicas garantiram às fontes renováveis a manutenção de um percentual acima de 40% na oferta interna de energia, mesmo com um crescimento de 17% desta última.

Aposta no carro híbrido flex e a hidrogênio

O diretor de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Ferreira Coelho, aposta no carro híbrido flex e a hidrogênio como tendência para o Brasil. Coelho concedeu a entrevista ao Portal Siamig, da entidade representativa do setor em Minas Gerais, durante o Congresso Nacional de Bioenergia da UDOP, realizado em 31/07 e 0/108 em Araçatuba (SP).

Como o senhor vê a inserção dos biocombustíveis, em especial o etanol, dentro das novas tendências de mobilidade veicular?

José Mauro – A EPE aborda o problema da mobilidade veicular, fazendo uma análise da transição energética para uma economia de baixo carbono, em função da mudança climática, proveniente das emissões de gases do efeito estufa.

Um dos setores onde vemos maior alteração no uso da energia nos próximos anos é o de transporte, e vem a dúvida de como ficará o segmento de veículos leves no Brasil, diante da forte tendência no mundo da eletrificação.

Outro ponto analisado é a tendência de crescimento da demanda por energia no mundo e no Brasil, então, o desafio é de como atender essa demanda crescente em um cenário de mudança climática e restrição das emissões.

Como o senhor vê a questão do avanço dos veículos híbridos e elétricos?

José Mauro – Quando a gente analisa o mercado de veículos leves no país, é muito pouco o licenciamento de híbridos, em torno de 0,15%, e ainda vemos muitos entraves para a entrada de veículos elétricos, como da bateria, o custo, a autonomia e a necessidade de infraestrutura de abastecimento. O preço do híbrido e do elétrico é muito alto, bem acima de R$ 100 mil e com participação de apenas 4% das vendas do total comercializado no país. Então, no curto prazo, o que prevemos é um aumento da eficiência dos motores dos carros leves, no médio prazo, a opção do carro híbrido flex fuel e, a longo prazo, os veículos a hidrogênio onde o combustível alternativo seria o etanol.

Banner Revistas Mobile