Mercado

OMS defende mais impostos para o açúcar

A Organização Mundial da Saúde defende maiores impostos e políticas de preço para que o consumo de açúcar seja reduzido no mundo. A sugestão, elaborada pela agência de saúde da ONU, em Genebra, integra a nova estratégia para atacar ao problema de obesidade, diabetes e de outras doenças relacionadas a hábitos alimentares. De um modo geral, o objetivo da proposta é incentivar governos a adotar políticas que ajudem a mudar o estilo de vida das pessoas, para que os problemas de saúde sejam reduzidos.

Dividido internamente, o governo brasileiro ainda discute uma posição. O Ministério da Saúde voltou a divulgar ontem, em nota, em Brasília, que é favorável à campanha “porque não tem dúvidas quanto à correção técnica das medidas sugeridas”. Já o Ministério da Agricultura leva em conta o fato de o Brasil ser o maior exportador mundial de açúcar e é contra qualquer tipo de boicote ao produto.

O Ministério da Saúde criou uma comissão de especialistas para preparar relatório técnico justificando seu apoio, ao mesmo tempo em que negocia com as demais pastas a adoção de uma posição “única e favorável” à campanha para ser levada à reunião da OMS, em maio.

No Ministério da Agricultura, José Nilton de Souza Vieira, do Departamento de Açúcar e Álcool, garante não haver estudos científicos conclusivos provando que açúcar, por si só, cause danos à saúde. “A campanha deve ser focada no controle da doença e não do produto.

Se de um lado a proposta afetaria diretamente o Brasil, a recomendação ainda ataca os subsídios dados aos produtores de açúcar, como na União Européia. A ajuda estatal na Europa impede que o Brasil possa concorrer no mercado mundial de forma mais equilibrada.

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