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Indonésia abandona meta de autossuficiência em açúcar em 2014

A Indonésia abandonou sua meta de ser autossuficiente na produção de açúcar refinado em 2014, após reduzir a estimativa de produção para os próximos anos, disse uma autoridade do governo, com a planejada expansão do plantio doméstico de cana-de-açúcar enfrentando dificuldades.

Da mesma maneira que outras previsões de produção de commodities feitas pelo governo indonésio, analistas disseram que as estimativas iniciais de açúcar foram otimistas e que os novos números destacam a necessidade do país de depender mais das importações.

A dificuldade da Indonésia para impulsionar a produção de açúcar devido à burocracia para licenciamento de terras, competição por áreas e subinvestimentos estão forçando Jacarta a gastar pesado e a se tornar o maior importador mundial de açúcar bruto no lugar da China, que elevou sua produção doméstica.

“Foi provavelmente superestimado no primeiro momento”, disse Lynette Tan, analista da Phillip Futures em Cingapura, sobre a nova projeção de açúcar. “Na Indonésia, os números não são normalmente muito transparentes.”

A maior economia do sudeste asiático vai produzir este ano 2,66 milhões de toneladas de açúcar bruto, disse Agus Hasanuddin, diretor de safras sazonais do Ministério da Agricultura, 40 por cento abaixo das 4,4 milhões de toneladas vistas anteriormente.

O país também reduziu sua previsão para a produção do ano que vem em 43 por cento, para 2,8 milhões de toneladas, e em 46 por cento, para 3,1 milhões de toneladas, para 2014, disse Hasanuddin.

De modo geral, o consumo de açúcar no país, com a maior população islâmica do mundo, deverá ficar entre 4,4 milhões e 5,2 milhões de toneladas este ano, de acordo com estimativas da indústria.

O arquipélago era o segundo maior exportador de açúcar nos anos de 1930. Porém, canaviais envelhecidos, uma vasta rede de pequenos acionistas e um influxo de açúcar importado mais barato pressionaram a produção local.

O consumo de açúcar bruto na indústria de alimentos e bebidas da Indonésia vai subir 10 por cento ao ano pelos próximos 5 anos, com o aumento da população impulsionando uma maior demanda doméstica.

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