Mercado

Empreendedorismo na Zona da Mata

Aos 66 anos, Manoel Gonçalves dos Santos comanda uma empresa familiar na cidade de Itambé, na Zona da Mata pernambucana, que, no ano passado, obteve R$ 18 milhões de faturamento. A Metalúrgica MGS produz reboques e carrocerias para transporte de materiais de largo uso na construção civil (como areia, cerâmica e brita) e cana-de-açúcar. Atende dois segmentos industriais que estão em crescimento no Estado e no País. Isso justifica o planejamento de triplicar o tamanho da área produtiva da fábrica e expandir o seu volume de produção. A indústria que hoje emprega 150 pessoas do município – oferecendo um treinamento próprio aos trabalhadores que chega a durar dois anos – quer acompanhar o crescimento de seus principais clientes este ano.

Até 2013, a área construída da fábrica vai passar de 10 mil metros quadrados (m²) para 30 mil m². O que vai implicar em um aumento de 30 postos de trabalho. A capacidade de produção mensal da empresa que atualmente é de 40 caçambas para transporte de materiais diversos ou de 150 carros para carregamento de cana-de-açúcar deverá ser ampliada para 50 equipamentos e 200 veículos, respectivamente. Os investimentos, apesar de não revelados, são todos com recursos próprios.

O bom momento da Metalúrgica MGS já dura dois anos. Durante esse período, informa Gonçalves dos Santos, a empresa tem trabalhado prioritariamente com produtos encomendados. “Em anos anteriores nós produzíamos alguns produtos por fora, para mantermos uma certa quantidade em estoque. Mas como a demanda está alta, não tem sido possível fazer mais isso”, diz.

A fábrica ainda oferece serviços de manutenção. Uma maneira de honrar as suas origens. Foi em 1983 que, após ter sido empregado de várias empresas do ramo metalúrgico (tinha 14 anos quando ingressou no mercado de trabalho), Gonçalves dos Santos fundou a Oficina de Consertos São Jorge Ltda., contando na época com a ajuda de apenas um funcionário. Ano a ano, foi ampliando suas operações. Passou a fabricar reboques com capacidade para transportar duas ou três toneladas. “Os produtos foram ganhando aceitação no mercado e hoje tenho 150 trabalhadores. Atendemos o Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Piauí e até Minas Gerais”, conta.

A medida em que a empresa foi crescendo, o empresário começou a convencer seus filhos a se interessarem pelo negócio da família. Deu certo. Os três (dois homens e uma mulher) ocupam hoje cargos de chefia na indústria – um é engenheiro de produção, outro de informática e a filha é administradora. No entanto, nem passa pela cabeça de Gonçalves dos Santos “pendurar as soldas”. “Já me sinto realizado com o que tenho hoje, mas ainda tenho muita lenha para queimar. Quem sabe daqui a uns 15 anos?”, brinca.

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