O ministro de Petróleo e Recursos Naturais da Arábia Saudita, Ali al Naimi, disse nesta quinta-feira que os biocombustíveis não são a solução para os desafios energéticos do mundo, tanto em termos de abastecimento quanto em questões ambientais.
“Devemos ser realistas com os biocombustíveis”, advertiu Naimi, que considerou “um erro” a colocação deste tipo de carburante no mesmo grupo das energias renováveis, durante a 9ª Cúpula Internacional do Petróleo, realizada em Paris.
O ministro saudita disse que a produção de biocombustíveis concorre com a de alimentos, que, segundo ele, deveria representar a principal prioridade da agricultura.
Sobre isso, relacionou a alta internacional dos preços mundiais de alguns alimentos, particularmente do milho, com as políticas de desenvolvimento desses combustíveis de origem vegetal.
Naimi também afirmou que o equilíbrio ambiental dos combustíveis é negativo não apenas pelas emissões geradas para obtê-los, mas também pelas conseqüências indiretas do uso de grandes extensões de terra e recursos como água.
O ministro saudita denunciou que os biocombustíveis provocam uma “distorção” do mercado energético, devido à grande quantidade de subsídios que recebem, direta ou indiretamente.
Naimi declarou que, apesar do apoio, as políticas mais ambiciosas de promoção dos biocombustíveis pretendem aumentar sua fatia para 6% do consumo de petróleo até 2010, um número, segundo ele, “limitado”.
O ministro reiterou que o impulso dos biocombustíveis não impediu a alta no preço do petróleo, não melhorou a segurança no abastecimento energético e nem acalmou as incertezas do mercado.
Naimi reiterou o compromisso de seu país com o crescimento da demanda de petróleo, e destacou que sua contribuição “é considerável”.
O ministro também disse que, nos próximos anos, devem ser investidos US$ 90 bilhões para aumentar a capacidade de extração, que deve subir para 12,5 milhões de barris diários em 2009.
Mais a longo prazo, Naimi insistiu que a Arábia Saudita atenderá às necessidades de consumo. Também destacou que, se houver demanda, podem ser produzidos até 130 milhões de barris diários.
O ministro saudita explicou que a proteção do meio ambiente é uma preocupação crescente, e que um de seus objetivos é “reduzir todas as emissões nocivas”.
“A Arábia Saudita está bastante ativa no desenvolvimento de tecnologias de diminuição de emissões de CO2 e energia solar”, afirmou.