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Summit - Plástico de etanol ganha força

Reciclável ou biodegradável. A produção sustentável do plástico (polietileno) ganha força nos planos de mercado de indústrias brasileiras e multinacionais, que se rendem cada vez mais aos apelos ambientais. Plástico verde, feito a partir do biocombustível de cana-de-açúcar, é considerado a nova fronteira do etanol. O tema foi abordado nesta terça-feira (2), durante o Ethanol Summit 2009, que termina hoje, em São Paulo, SP.

O painel contou com a participação do presidente da Braskem, Bernardo Gradin, do diretor comercial de plásticos da DOW Rohm and Hass, Diego Donoso, e do diretor da PHB Industrial, Sylvio Ortega Filho. O moderador foi do diretor da CTBE, Marco Aurélio Pinheiro Lima.

De acordo com Gradin, para cada quilo de plástico renovável produzido, 2,5 quilos de CO2 deixam de ser emitidos na atmosfera, considerando toda a cadeia de produção, desde a plantação da cana até a fabricação do polietileno verde. Outra grande vantagem é que o produto pode ser reciclado”, diz.

A Braskem está construindo, no Rio Grande do Sul, a primeira unidade industrial do mundo a utilizar etanol de cana-de-açúcar para a produção em escala comercial de eteno e polietileno de origem 100% renovável. O investimento total será de aproximadamente R$ 500 milhões.

A unidade terá capacidade para produzir 200 mil toneladas por ano de eteno que serão transformadas em volume equivalente de polietileno em unidades industriais já existentes no próprio Polo de Triunfo. A partida da nova planta está prevista para o quarto trimestre de 2010 e o início da operação comercial, para o começo de 2011.

A Dow Rohm and Hass, líder mundial na produção de polietileno verde, está investindo na fabricação de plásticos mais flexíveis, produzindo embalagens maleáveis, como pacotes de fraldas e xampus. De acordo com Diego Donoso, além de ser 100% reciclável, o plástico feito de etanol também pode ser convertido em diesel. “Existe um imenso potencial energético nos lixões das grandes cidades”, observa.

A evolução tecnológica vem possibilita transformar açúcar em polihidroxibutirato (PHB), um plástico reciclável e também biodegradável. A aposta é da PHB Industrial, empresa especializada na produção e transformação de biomassa em produtos para a indústria química, ligada à usina da Pedra, em Serrana, no interior paulista.

O PHB é usado, por exemplo, para fabricação de tampa da garrafa “pet” injetada. Já existe também polímero biodegradável para fazer garrafa. Outra técnica é a termoformagem, para fazer embalagens de alimentação, além da extrusão de chapas e de fibras para atender a indústria automobilística (espelho retrovisor, painéis de carros etc.).

A empresa já tem planos de expansão. Terá a capacidade de produção anual aumentada das atuais 50 toneladas para 36 mil toneladas nos próximos dois anos. Segundo Sylvio Ortega, da produção total, apenas 5% ficará no mercado interno e o restante será exportado para Europa, Estados Unidos e alguns países da Ásia, como o Japão.

“Tem um ponto crucial que é diferente dos demais. Nossa matéria-prima é o açúcar, não álcool ou etanol. É um processo de biotecnologia. Transformamos o açúcar e fazemos o PHD”, diz Ortega. “Temos produto biodegradável, compostável e certificado por certificadores europeus acreditados”.

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