Mercado

SLC Agrícola confirma planos de crescimento

Há dois meses à frente da companhia com uma das maiores áreas plantadas com grãos e fibras do país, o agrônomo gaúcho Aurélio Pavinato, presidente da SLC Agrícola, tem metas bem ambiciosas a cumprir. O executivo terá de empreender um agressivo plano de crescimento que prevê aumentar a área cultivada dos atuais 280 mil hectares para 350 mil hectares em 2014/15. No longo prazo, a companhia, com faturamento próximo de R$ 1 bilhão, quer alcançar a marca de 700 mil hectares plantados no Brasil.

Para isso, a empresa deve investir por ano um montante equivalente a 50% de seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que foi em 2011 próximo de R$ 300 milhões. O projeto terá ainda o fundamental suporte de sua subsidiária SLC Land Co, especializada em compra e venda de terras e que tem US$ 238 milhões, captados com o sócio Valiance Asset Management Limited, do Reino Unido, para investir. “A Land Co compra a fazenda, prepara a área e faz a correção do solo. Em seguida, arrenda para a SLC Agrícola, que investe em plantio, máquinas agrícolas e infraestrutura”, resume Pavinato.

Para chegar em 2014/15 com 350 mil hectares plantados, a SLC Agrícola terá de incorporar mais 70 mil hectares ao seu portfólio em um pouco menos de dois anos. Parte dessa área – 42 mil hectares agricultáveis – já está no banco de terras da companhia, aguardando licenças, segundo Pavinato.

A subsidiária SLC Land Co. tem meta de adquirir propriedades rurais que somem 81 mil hectares com o recurso captado. “Os 81 mil hectares significarão 51 mil hectares agricultáveis e, considerando o uso da terra na segunda safra, possibilitará o plantio de 60 mil hectares”, explica Pavinato.

Por conta dos preços altos da soja no ano passado, a SLC Land Co postergou o início da aquisição de terras. Mas vai retomar as negociações ainda neste semestre, conforme Pavinato. Ele lembra que as cotações da oleaginosa – que funcionam como indexador de preço da terra – chegaram a superar R$ 90 a saca no último semestre e, desde então, vêm recuando. Atualmente, está no patamar de R$ 65 a saca. “Em Mato Grosso, um dos nossos alvos para compra de terras, o preço chegou a superar R$ 70, e agora está em R$ 50, que é um valor mais dentro do ‘normal'”, avalia.

Mas o fato é que a combinação de terras da controlada e da controladora significará um volume adicional de 102 mil hectares, mais do que suficiente para cumprir a meta da SLC Agrícola para 2014/15, segundo o executivo. O olhar segue atento para o ciclo seguinte, o 2015/16, quando a área deve avançar mais 50 mil hectares em um ano, para 400 mil hectares.

O executivo não descarta a criação de uma “Land Co 2” para captar recursos com novos investidores. Mas, trata-se, ainda, de planos futuros. “Somos sempre procurados por fundos de investimentos estrangeiros. Mas, por enquanto, vamos consolidar essa primeira fase da Land Co”, afirma. Pavinato afirmou também que está suspensa, por enquanto, qualquer investida fora do país, inclusive na África, que era um projeto que vinha sendo considerado pela companhia. A intenção inicial era iniciar um plantio comercial, inicialmente de soja, em Moçambique até 2015. “Acreditamos que ainda há muito potencial de crescimento a ser explorado no Brasil”, diz.

Nos planos expansionistas, a soja e o milho acompanharão o crescimento de cultivo da SLC Agrícola nos próximos anos, mas o algodão perderá força, cedendo espaço para dois novos produtos: cana-de-açúcar e girassol.

Em cana-de-açúcar, a companhia fechou um contrato de fornecimento com a ETH Bioenergia, agora denominada Odebrecht Agroindustrial. Um projeto piloto, com plantio de 470 hectares de cana, foi iniciado na fazenda Planalto, localizada em Costa Rica, no Estado de Mato Grosso do Sul, e o primeiro fornecimento em escala comercial, de 61 mil toneladas de cana, está previsto para 2014 para a usina Costa Rica, da ETH. “A cana-de-açúcar é uma grande cultura. A nossa meta é atingir até 2015 uma área plantada de 7 mil hectares”, afirma Pavinato.

O girassol também entrará oficialmente no portfólio da SLC nos primeiros dias de março com 1 mil hectares distribuídos em fazendas de Diamantino e Sapezal, ambos municípios de Mato Grosso. O potencial é de se expandir em cinco anos para 15 mil hectares, segundo Pavinato. Nos cálculos da companhia, a rentabilidade do girassol supera em 10% a do milho safrinha no Estado. O produto será vendido a uma indústria local.

Banner Revistas Mobile