Mercado

Sindicato aposta que mecanização encerrar o assunto

O Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindálcool) nega que alguma vez houve trabalho escravo em Mato Grosso causado por uma das 11 usinas do Estado. O diretor do sindicato, Jorge dos Santos, aponta que a mecanização do corte da cana-de-açúcar, hoje em 48% das terras do Estado ponha uma pedra no assunto. Não há previsão de quando as máquinas poderão substituir totalmente os bóias-frias na colheita, mas a Usina Itamarati, a maior de Mato Grosso, já colhe 93% da área com maquinário. Ele pontua que essas ações do grupo móvel passam informações distorcidas e o mercado internacional reage de forma negativa aos produtores brasileiros. “É só o Brasil botar a cabeça para atacar, o governo dá um tiro no próprio pé. Estamos em um mercado competitivo, essa propaganda é ruim para os brasileiros”.

A assessora jurídica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Elisete Araújo Ramos, pondera que meras irregularidades trabalhistas são confundidas com trabalho escravo no campo. Outra questão que ela destaca é a diferença entre a forma de trabalho urbana e no campo, que mereciam legislações distintas. “O trabalhador que está atuando em abertura da fronteira agrícola, dorme em lona, pois não há estrutura da casa, já que ele está em mata fechada. Trabalho escravo é ficar preso em dívidas.

Para ela, o problema é que os 16 nomes da lista fornecem o título negativo para o Estado do segundo maior explorador de mão-de-obra no Brasil, e macula a imagem dos outros 80 mil agricultores e pecuaristas. A advogada vai além, e aponta que se cada exploração de mão-de-obra for análogo ao do regime de escravidão, o gari e até mesmo funcionários públicos configuraria como trabalho degradante.(DS).

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