Em entrevista ao JornalCana, o secretário de Agricultura de São Paulo, Duarte Nogueira, comentou a nova estimativa da safra 2003/04 de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, divulgada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA).
O relatório do IEA divulgado, na quinta-feira, dia 27, mostra que a safra paulista deverá atingir 234 milhões de toneladas, um volume 10% maior sobre o registrado no ano anterior, de 212,7 milhões de toneladas. A metodologia do IEA, diferentemente da União das Agroindústrias Canavieiras do Estado de São Paulo (Unica), também abrange as áreas de cana-planta e regiões onde a matéria-prima é processada para a industrialização de álcool para outros fins, como para o mercado de bebidas.
Para o secretário Duarte Nogueira, o aumento da produção deve-se à expansão do setor sobre as terras voltadas para a pecuária. Pela primeira vez a safra paulista ultrapassou os 3 milhões de hectares no Estado, ocupando 3,118 milhões de hectares. “Até o ano passado, os canaviais ocupavam entre 2,8 milhões e 2,9 milhões de hectares”, disse. Em relação à safra 2002/03, houve um aumento de 3,6%, ou 110 mil hectares na área plantada. O clima, com chuvas a partir de novembro, favoreceu os canaviais paulistas.
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Dados da secretaria mostram que a participação da atividade canavieira de São Paulo – maior produtor mundial da matéria-prima – atingiu 29,55% ou R$ 5,996 bilhões do valor da produção agropecuária paulista em 2002. Os números também sinalizam que a cana terá mais um ano favorável. A cadeia sucroalcooleira emprega diretamente 400 mil pessoas no Estado e ocupa quase 40% de toda a área plantada em São Paulo. As exportações paulistas de açúcar e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão em 2002, o que significou uma participação de 68,7% dos embarques brasileiros. O pólo produtor de Ribeirão Preto, Araraquara, Piracicaba e Jaú responde por 68% de toda a cana moída no Brasil.
Duarte Nogueira também afirmou que o governo de São Paulo está acompanhando de perto o compromisso firmado entre os empresários e o governo federal de garantir o abastecimento de álcool no país. “Dos 600 milhões de litros que serão produzidos antecipadamente em abril, as usinas paulistas vão responder por 400 milhões de litros”, disse.
