Mercado

Seca ameaça futuro do setor canavieiro

6.

Por: EDIVALDO JUNIOR – ESPECIAL PARA O GAZETA RURAL

Não é preciso ser vidente nem recorrer ao tarô para afirmar, agora, que a produção agropecuária de Alagoas será ainda pior em 2013. As principais atividades do Estado, caso da cana-de-açúcar e do leite, estão sofrendo reduções drásticas em função da redução das chuvas que é verificada desde março deste ano. Na zona canavieira, os índices pluviométricos mostram que, nos últimos oito meses, choveu apenas metade da média histórica para o período.

A partir de setembro, a estiagem se acentuou no Estado, situação que só agrava as perdas na agroindústria da cana-de-açúcar e no setor leiteiro. Em Jaramataia, a redução na produção de leite chega a 70%, segundo a presidente da Associação do Desenvolvimento dos Produtores de Leite, Mércia Azarias.

No município, a produção diminuiu por falta de comida para o gado. Em média, os 35 agricultores familiares da associação alimentavam os animais duas vezes ao dia. Mas com a estiagem e a escassez de palma forrageira e outros alimentos, eles passaram a fornecer comida para as vacas apenas uma vez por dia. A produção caiu de 40 mil litros para 12 mil litros por semana.

“O produtor está sobrevivendo porque Deus é muito bom. A cadeia produtiva está se acabando. Não existe mais o leite e os produtores estão vendendo seu rebanho por todo preço”, disse Mércia em entrevista à TV Gazeta.

Esse quadro se agrava ainda mais nos outros municípios do Sertão. Com a venda dos rebanhos, a produção de leite, que caiu em mais de 50% em todo o Estado nos últimos meses, não deve ser retomada, mesmo que as chuvas se normalizem a partir de agora.

Banner Revistas Mobile