Um novo recorde no agronegócio brasileiro. Dessa vez, com a cana-de-açúcar, cuja produção chegou a 436,8 milhões de toneladas – a maior da história – na temperada 2005/06, com um aumento de 5,1% em relação à safra 2004/05. Do total, 394,4 milhões de toneladas destinam-se à indústria sucroalcooleira: 216 milhões de toneladas para a fabricação de 26,7 milhões de toneladas de açúcar e 178,4 milhões para a produção de 17 bilhões de litros de álcool (9,1 bilhões de litros de anidro e 7,75 bilhões de hidratado). Outros 42,4 milhões de toneladas serão usados para fazer cachaça, rapudura, açúcar mascavo etc.
Os números constam do terceiro e último levantamento da safra de cana-de-açúcar 2005/06, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o presidente da estatal, Jacinto Ferreira, o trabalho foi realizado na primeira quinzena de dezembro passado por 76 técnicos.
Eles percorreram 305 municípios nas principais regiões de cultivo do produto e visitaram 370 usinas e 60 entidades de classe para apurar o volume da colheita de cana no período 2005/06. A empresa também usou o sistema Geosafras – pesquisa por satélite – para estimar a produção.
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O incremento de 5,1% na produção representa um acréscimo de 21,1 milhões de toneladas de cana sobre a colheita passada, de 415,6 milhões de toneladas. A área plantada cresceu 4,5%, passando de 5,62 milhões em 2004/05 para 5,87 milhões em 2005/06, enquanto a produtividade aumentou 0,60%, saindo de 73,8 para 74,3 toneladas por hectare. A região Centro-Sul é responsável por 85,7% da safra – 374,4 milhões de toneladas -, e a Norte-Nordeste, por 14,3% – 62,4 milhões de toneladas. O estado de São Paulo lidera o setor, produzindo 266,5 milhões de toneladas.
A Conab também estimou as exportações do setor sucroalcooleiro. De acordo com os dados da estatal, os embarques de açúcar em 2005 devem chegar a 17,5 milhões de toneladas, representando US$ 3,3 bilhões. Já as vendas externas de álcool devem totalizar 2,1 bilhões de litros, com receita estimada de US$ 756 milhões. O Brasil é líder mundial na produção de cana e na exportação de álcool e açúcar.
Embora tenha alcançado novo recorde no agronegócio, a atual safra de cana poderia ter sido ainda maior, não fosse a estiagem no Nordeste e no Paraná e Mato Grosso do Sul durante o ciclo vegetativo da cultura. Isso fez com que houvesse uma queda de 3% em comparação com a estimativa inicial, de 450,1 milhões de toneladas, divulgada em maio do ano passado.
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Apesar da cotação em baixa dos principais produtos da safra agrícola no mercado internacional, o aumento da produtividade deverá garantir uma produção recorde de grãos em 2006. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que a safra brasileira chegue a 127,6 milhões de toneladas, volume 13,2% maior que a safra anterior (112,7 milhões) e que será puxado pela região Sul, onde houve quebra no ano passado.
