Mercado

Rússia suspende embargo às carnes brasileiras

“Questões como a do foco de febre aftosa no Pará mostram que o cuidado com a sanidade animal deve ser prioritário. Não podemos descuidar em momento algum”. As palavras são de José Olavo Borges Mendes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a maior entidade pecuária do País, ao tomar conhecimento do fim do embargo russo às carnes brasileiras, anunciado nesta quarta-feira (30/06) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

De fato, segundo o ministro Roberto Rodrigues, a Rússia anunciou o embargo de toda carne bovina procedente do Brasil logo após saber da existência do foco no Pará. Para o ministro, porém, o embargo russo à carne brasileira foi provocado por uma falha de comunicação, uma vez que o País cumpriu todas determinações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), de informar ao organismo, em 24 horas, a existência de um foco de febre aftosa. “É preciso ficar claro que as doenças que acometem a pecuária brasileira são objetos de preocupação constante do governo, principalmente a febre aftosa. Por isso, a fiscalização intensa nas vacinas contra febre aftosa e nas campanhas de vacinação”, informa Emilio Salani, presidente do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal).

Na opinião de Constantino Ajimasto Jr., presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce (ABNP), o embargo russo mostrou o quanto o Brasil ainda está vulnerável em relação à fiscalização sanitária. “Mas isso tudo serviu para mostrar a todos o quanto o agronegócio é importante para o País. Uma coisa, porém deve ficar clara: é obrigação de todo pecuarista estar atendo a sua produção, bem como a do vizinho. Qualquer coisa errada deve ser denunciada imediatamente”, diz Ajimasto Jr.

Ainda de acordo com presidente da ABNP, o fato de a Rússia e outros países sinalizarem embargo à carne brasileira prova o quanto o País conquistou espaço no mercado externo. “Os nossos concorrentes estão ávidos para recuperar a fatia de mercado que perderam para nós, qualquer motivo, por menor ou indiferente que seja, vai ser utilizado contra os brasileiros. É o momento ideal para toda a cadeia produtiva se unir e ofertar cada vez mais carne de qualidade. Estamos prontos para atender a demanda dos mais exigentes mercados”, diz.

Emílio Salani, do Sindan, diz que, além de manter os investimentos em sanidade, o País deve estar atento para outros aspectos importantes, como o sistema de vigilância e controle, rastreabilidade, certificação de qualidade e, principalmente, integração efetiva de todos os segmentos da cadeia produtiva. “Somente a parceira entre produtores, governo e setor privado, cada um fazendo sua parte, que conseguiremos combater a febre aftosa. Isso vem acontecendo com maior intensidade e a prova é o aumento dos índices de vacinação dos rebanhos”, conclui Salani.

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