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Relação etanol/gasolina fecha outubro em 70,2% em SP

A relação entre o etanol e a gasolina desacelerou em outubro ante setembro na cidade de São Paulo, mas ainda assim permaneceu acima de 70%, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgados hoje. De acordo com a instituição, a relação entre o preço do combustível e o da gasolina arrefeceu para 70,23% em outubro, ante 70,83% no mês anterior. Em outubro de 2010, a relação estava bem mais baixa, em 63,31%.

Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina.

De acordo com a Fipe, na pesquisa que levou em conta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o preço médio do etanol apresentou variação negativa de 1,33% no fechamento de outubro. A gasolina recuou menos, 0,46%. Ambos colaboraram para a deflação de 0,12% do grupo Transportes em outubro. Este comportamento do etanol é atípico para o período, segundo o coordenador-adjunto do IPC, Rafael Costa Lima. “O etanol geralmente sobe nesta época por causa da entressafra da cana”, disse ele.

Segundo o economista, o recuo dos preços pode ter sido provocado por uma queda na demanda. “Quando a relação entre etanol e gasolina ronda 70%, o consumidor tende a optar pela gasolina”, disse Rafael, destacando que ainda assim, os preços médios da gasolina também cederam. “Isso pode ter relação com a redução da Cide”, complementou, referindo-se à decisão do governo de reduzir, de R$ 0,23 por litro para R$ 0,19 por litro, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina.

E no que se refere à relação entre etanol e gasolina o quadro não deve mudar tão cedo. “Deve permanecer perto de 70% até o começo da próxima safra”, previu Costa Lima, considerando ser difícil novas alterações na demanda pelo combustível.

No levantamento semanal da Fipe, a relação entre etanol e gasolina desacelerou mais fortemente, passando de 71,10% na terceira semana para 69,50% na quarta semana do mês passado. Costa Lima destaca, no entanto, que a marca continua muito perto de 70%. “Neste nível, é o detalhe que faz a diferença”, afirmou.

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