A refinaria de açúcar construída na Síria com a participação da empresa brasileira Crystalsev é um dos assuntos mais comentados atualmente no país árabe. A afirmação é do principal sócio do empreendimento, Najib Assaf, da Assaf Invest. “Esse é um dos maiores projetos da Síria no setor privado, com 51% de capital sírio e 49% de capital estrangeiro”, afirmou ele ontem (19) à ANBA por telefone.
Segundo o empresário, a refinaria entrou em operação há cerca de 40 dias com capacidade para produzir mil toneladas diárias, mas a expectativa é triplicar a produção em um mês. “Mais de 50% dos equipamentos e da matéria-prima vêm do Brasil”, disse Assaf. A Crystalsev, que tem participação de 10% na refinaria, é a responsável por fornecer o açúcar bruto para ser processado.
“As maiores participações são da Síria e do Brasil. São os dois países que mais vão se beneficiar do projeto”, disse Assaf. Além da Crystalsev e da Assaf Invest, o empreendimento tem como sócios a multinacional Cargill, a trading de Dubai Wellington Mediterranean Investment e a holding SugarInvest. Todas elas formam a Syrian Sugar Refinery Holding Limited, que é subsidiária da National Sugar Company, empresa que foi criada justamente para facilitar as operações da refinaria e é presidida por Assaf.
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A indústria, localizada na região de Homs, tem capacidade para armazenar 270 mil toneladas de açúcar bruto e de 80 mil toneladas de açúcar refinado. Conforme noticiado ontem pela ANBA, o mercado sírio está absorvendo toda a produção, mas o objetivo é vender também para Jordânia e Líbano quando a refinaria atingir sua capacidade produtiva máxima.
O principal fornecedor de açúcar aos países árabes é o Brasil. No ano passado, as exportações da commodity para a Síria somaram US$ 111,7 milhões, o que correspondeu a 57% do total das exportações brasileiras ao país. Foram embarcadas 349,4 mil toneladas da commodity para Síria. O consumo de açúcar no país árabe é de cerca de 700 mil toneladas anuais.
Megaempresário
Mohammed Najib Assaf, de 67 anos, é considerado um dos maiores empresários de seu país, segundo informação do site da TV Aljazeera. Ele atua em diversas áreas, como importação e exportação de grãos e produtos alimentícios, logística e transporte e no setor bancário. Desde 1965 ele dirige os negócios da família. As empresas de Assaf têm escritórios no Reino Unido, Emirados Árabes, Suíça e Síria. Elas atuam principalmente nos mercados do Leste do Mediterrâneo.
