Os preços do petróleo, que registraram nos últimos dias níveis máximos históricos, “põem em risco” a recuperação econômica mundial, estimaram ontem as Câmaras de Comércio da Espanha.
O organismo empresarial, que congrega as 85 câmaras de comércio do país, destacou que o aumento dos preços do cru supõe um empobrecimento relativo dos países importadores desta matéria-prima.
As conseqüências para sua economia decorrerão da dependência de sua estrutura produtiva e de seu consumo final desta fonte de energia, explicou a entidade depois de assinalar que, na Espanha, os preços do produto poderiam afetar o crescimento, calculado em 2,8%.
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Destacam-se nas exportações as commodities de soja e açúcar, enquanto na importação o fertilizante lidera a movimentação.
Embora o consumo final da Espanha tenha se reduzido nos últimos 20 anos, “nossa dependência é superior à dos nossos parceiros europeus”, ressaltou o organismo.
Por isso, “as conseqüências serão superiores em termos de crescimento, preços e emprego”, afirmou depois de precisar que a perda da competitividade decorrente do aumento dos preços e dos gastos com energia “poderão ser percebidas em um maior déficit comercial”.
Diante dessas perspectivas, as Câmaras recomendaram a adoção de medidas urgentes que modifiquem a médio e longo prazo a forte dependência histórica do petróleo, bem como políticas que ajustem as quantidades.
Maior eficácia no uso da energia, tanto na produção quanto no consumo privado e doméstico, que fomentasse a economia, ajudaria a minimizar os efeitos da flutuação dos preços do produto.
Por isso, a entidade sugere a exploração e a inovação em fontes de energia renovável e a diversificação das fontes energéticas. Nos últimos 12 meses, o aumento de mais de 50% dos preços do óleo “fez disparar os alarmes nos agentes econômicos e governos de todo o mundo”.
O organismo atribuiu o vertiginoso aumento a fatores de oferta e de procura. Do ponto de vista da procura, os fatores se centram “na elevadíssima procura que nos últimos anos estão gerando economias como a China e a Índia, e que perturbam, ano após ano, o cenário mundial”.
