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Projeto do biodiesel da mamona inicia segunda fase em agosto

Municípios da microrregião de Floriano, a 244 km de Teresina, passam a integrar, na segunda quinzena de agosto, o ‘Projeto do Agronegócio da Mamona’. Serão mais seis municípios que receberão a visita de técnicos e consultores do projeto, ainda nesta semana, quando será feita uma consultoria técnica sobre as reais condições de instalação da segunda fase do programa, que deve beneficiar, até o final de sua implantação, 4,5 mil agricultores piauienses.

O ‘Projeto do Agronegócio da Mamona’ teve início entre o final de 2004 e começo de 2005 e é resultado de uma ação do Sebrae no Piauí, em parceria com o Governo Federal, Banco do Brasil e as prefeituras dos municípios do centro-sul e sul do Piauí. O objetivo é produzir o biodiesel da mamona, promover a inclusão social e gerar trabalho e renda nessas regiões do Estado.

“Paes Landim, São Miguel do Fidalgo, Ribeira do Piauí, Socorro do Piauí, Pedro Laurentino e São José do Peixe serão os municípios da microrregião de Floriano que comporão a segunda fase do projeto. Nesses municípios, serão realizados seminários de sensibilização com produtores, representantes de sindicatos, prefeituras, enfim, com todos aqueles que participarão do processo de produção da mamona naquela região”, explica a gerente de carteira de Projetos Territoriais do Sebrae no Piauí, Ana Lucia Pereira de Oliveira.

De acordo com a gerente, um total de 14 municípios integrarão essa etapa do projeto, absorvendo mais 2,2 mil agricultores familiares. Atualmente, já fazem parte da ação mais de 1,8 mil produtores. Ao final da terceira fase, serão 4,5 mil beneficiados.

“Nesses seminários, teremos uma nova abordagem, pois apresentaremos a todos esses agricultores e lideranças os primeiros resultados, como por exemplo, a produção de mamona já avaliada e comercializada; o consórcio com o feijão caupi, que deu uma renda a mais para os agricultores de São Raimundo Nonato”, explica o diretor-técnico do Sebrae no Estado, Delano Rodrigues.

Segundo ele, será um processo de convencimento, onde os agricultores estarão gerando renda para suas famílias, provocando inclusão social e garantindo novas divisas para esses municípios e para o Piauí.

O projeto

Em três anos, 42 municípios piauienses integrarão o projeto que será uma alternativa para agricultores familiares nas regiões centro-sul e sul do Estado. A previsão de investimentos, nesse período, é da ordem de R$ 79 milhões.

A produção do biodiesel do Piauí terá início até setembro deste ano e transformará o Estado num banco de sementes de mamona, que poderão ser fornecidas a outros estados. Além disso, será inovadora a produção desse tipo de biocombustível no País.

O ‘Projeto do Agronegócio da Mamona’ presta orientações técnicas e práticas aos agricultores, que vão desde a conceituação da planta, como plantar e até a comercialização do produto. O plantio é feito em consórcio com o feijão caupi. Cada hectare plantado rende 1.500 kg de mamona e 1.200 kg de feijão. Cada agricultor garante até R$ 400 por mês.

Biocombustível da mamona

De fácil cultivo, a mamona é resistente a doenças e à seca e, segundo técnicos da Embrapa no Piauí, o biodiesel feito da mamona tem durabilidade de três anos. Ao contrário do biodiesel da soja, que tem validade de 15 dias. Além de biocombustível, o óleo da mamona também é utilizado em lubrificações de naves espaciais, como componente em produtos de limpeza, como vermífugo, na indústria cosmética e na medicina, como importante elemento para formação de próteses ósseas.

O biodiesel da mamona é, portanto, uma fonte geradora de renda, além de ser um combustível não poluente e uma alternativa importante para substituir o petróleo.

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