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Produtor deve ficar atento às queimadas

Mais uma semana de tempo seco e quente em todo o Estado de São Paulo. Uma massa de ar quente impediu a entrada de novas frentes frias e manteve a temperatura em elevação ao longo do período. A máxima passou de 30 graus em praticamente todas as localidades. A mínima ficou entre 14 e 20 graus.

As taxas de evapotranspiração oscilaram entre 1,7 e 3 milímetros por dia e mantiveram a taxa de queda da umidade do solo, iniciada em meados de maio. A umidade do ar também caiu, ficando abaixo de 20% nos horários mais quentes do dia, afetando os cafezais e os pomares de laranja e culminando em nova suspensão de queimadas nos canaviais em boa parte do Estado.

COLHEITA MANUAL

Sem a queima da cana, perdese muita eficiência no processo de corte das áreas com colheita manual, mas nas áreas colhidas mecanicamente a queima já não era necessária e a safra deste ano não deve ser afetada.

Como se considera a temperatura do ar no cálculo da umidade relativa, a associação do calor com a seca de mais de cem dias no Estado explica os baixíssimos valores observados e indica a necessidade de atenção com as queimadas, já que o vento e a vegetação seca favorecem a propagação do fogo nos reflorestamentos e matas nativas.

Em julho, a chuva acumulada ficou abaixo da média histórica em praticamente todo o Estado, agravando a condição para as pastagens e lavouras sem irrigação. Nas áreas irrigadas, foi necessário elevar a lâmina e a freqüência da irrigação nas lavouras de tomate de Sumaré; de feijão em Itapeva; nas hortas de Mogi das Cruzes e nas parreiras de Jales.

IRRIGAÇÃO

A irrigação também tem sido necessária com alta freqüência nas lavouras de batata, repolho e cebola de Piedade, apesar de os solos da região estarem com maior disponibilidade de água.

A baixa umidade do solo prejudica as operações de preparo do solo para semeadura da safra de verão em Barretos, Casa Branca, Promissão, Cândido Mota e Assis, aumentando o desgaste do maquinário e o consumo de combustível nas operações de subsolagem, aração e gradagem nas cultivadas com o sistema convencional de semeadura. Já nas áreas cultivadas com sistema de plantio direto na palha essas operações não são necessárias.

Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima no Brasil, acesse www.agritempo.gov.br

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