Mercado

Prefeito de Sertãozinho quer crescer com a indústria naval

A indústria naval brasileira passa por um momento de recuperação. Praticamente extinta, registrou uma retomada na última década e, hoje, já começa a se posicionar entre as maiores no mundo. Para se ter ideia, em 2010 o setor registrou faturamento superior a R$ 6 bilhões. E é de olho em parte desse filão que a indústria de Sertãozinho, tradicionalmente fornecedora de equipamentos para o setor sucroalcooleiros, pretende diversificar as suas atividades e entrar nesse novo filão.

O prefeito da cidade, Nério Costa (PPS) recebeu, na primeira semana de março, a visita do assessor da vice-presidência executiva do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore, Roberto José Bastos. Ele esteve em Sertãozinho para divulgar o “Catálogo Navipeças” criado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). O catálogo tem como proposta se tornar uma vitrine para os fabricantes e prestadores de serviços diretamente ligados à construção e reparação naval, atendendo à crescente demanda da indústria.

A intenção do sindicato, conta Roberto Bastos, é cadastrar indústrias de pequeno, médio e grande porte que já atuam do setor metalomecânico para que sejam fornecedoras da indústria naval brasileira. “Sertãozinho tem grande potencial para fornecer produtos e equipamentos para o setor naval. O aumento de produção petrolífera no País trouxe desenvolvimento e expansão de negócios aos estaleiros, por isso buscamos, no setor sucroenergético, indústrias para suprir essa nova demanda”, conta.

Crescimento

Bastos ressaltou, ainda, que um dos principais problemas enfrentados pelos estaleiros brasileiros, que estão em fase de expansão dos seus negócios, principalmente por conta do aumento da produção petrolífera no País, é a falta de mão de obra. “Falta mão de obra especializada, mas principalmente fornecedores de peças. E é por esse motivo que eu estou aqui na cidade para organizar as duas pontas da cadeia produtiva. Quero mostrar onde estão as empresas e o que os estaleiros precisam”, afirmou.

O representante da indústria naval ressaltou, ainda, que o potencial para crescimento do setor é de longo prazo, garantidos pelo aporte que o setor estatal já dá e continuará a dar para a indústria brasileira. “Temos a Transpetro, com muitas encomendas, o que garante que a demanda não irá diminuir, especialmente com a exploração do Pré-sal”, explica.

O encontro com o assessor do sindicato patronal aconteceu no Paço Municipal de Sertãozinho e registrou a presença do secretário de Indústria e Comércio, Marcelo Pelegrini, e Antonio Toniello Filho e Gilson Rodrigues, representantes do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br).

Antes de visitar o chefe do Executivo sertaõzinhense, Bastos conheceu parte das instalações das indústrias Dedini e Moreno. No final da tarde, ele também foi recebido pelo presidente do Ceise, Adésio José Marques. “Parece claro que Sertãozinho tem condição de dedicar parte de sua indústria ao setor naval, e iremos trabalhar para tornar essa parceria uma realidade nos próximos meses”.

Recepção

A iniciativa foi bem recebida pelos industriais e autoridades sertanezinas. O prefeito Nério Costa, por exemplo, colocou a indústria da cidade à disposição do setor naval. “Eu só quero dizer que temos sim muito interesse de que nossas indústrias entrem também neste mercado. Através da Secretaria de Indústria e Comércio e junto com o Ceise vamos promover uma mobilização dos empresários locais”. Já Adézio colocou o Ceise Br à disposição da indústria naval para promoverem um evento com seus associados para apresentar o catálogo e as reais demandas neste setor. “

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