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Preços e linhas de transmissão inibem cogeração no MS

Durante o apagão, em 2000, uma das usinas do Mato Grosso do Sul (MS), a Santa Olinda, de Sidrolândia, investiu R$ 20 milhões para ampliar sua capacidade de geração de energia elétrica. Com os novos equipamentos, a indústria poderia estar produzindo 25 megawatts/hora, dos quais 19,5 megawatts/hora deveria estar sendo distribuído para a rede das concessionárias. Ocorre que toda essa energia simplesmente é perdida, o problema é, aparentemente, mais simples ainda, ou seja, instalação de uma linha de transmissão.

Segundo o diretor do Sindalcool/MS (Sindicato da Indústria da Fabricação do Açúcar e do Álcool do Estado do Mato Grosso do Sul), Isaias Bernardini, linhas de transmissão representam o principal obstáculo para que o setor, que “atualmente está apenas negociando contratos de venda do excedente, já que ninguém comercializa ainda para co-geração”. Mais grave ainda é que nem mesmo as duas únicas unidades (Coopernavi e Santa Olinda) com autorização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para cogerar, não têm como levar a energia para a rede.

Para Ramsces Di Maurício, diretor da AGEPAM (Agência Estadual de Regulamentação dos Serviços Públicos em Mato Grosso do Sul), das 9 unidades do setor no Estado, duas têm autorização para co-gerar e outras seis estão com processos que reivindicam o diretor de cogerar, “só que o problema é que a oferta de energia é maior do que a demanda, e o impasse criado entre concessionárias e usinas é decidir quem vai investir nas linhas de transmissão”. De um lado, o setor defende que o preço mínimo do megawatt/hora compensador em relação ao investimento deveria ser de R$ 150,00. Pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), o mw/h é estimado em R$ 89,00.

Leia matéria sobre cogeração no Mato Grosso do Sul na edição de outubro do JornalCana.

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